Folia com saúde: saiba como prevenir e tratar as “doenças do beijo”

Por Luís Pablo Diversão
 

Correio Braziliense

Com a curtição do carnaval, quando milhares de pessoas eufóricas ficam totalmente entregues à folia, o beijo se torna o ponto de partida de paqueras e romances. Mas os foliões também precisam ficar atentos, já que algumas doenças se tornam mais comuns nesse período: entre elas a herpes labial e a mononucleose, transmitidas principalmente pelo beijo. O vírus zika também está na lista de preocupações dos brasileiros, após a Fundação Fiocruz anunciar nesta sexta-feira que a presença do vírus foi encontrada em amostras de saliva e urina. Entenda:

beijoZika

A picada do mosquito Aedes egypti ainda é a forma mais comum de transmissão do vírus zika, mas especialistas já apontaram casos e fortes indícios da transmissão sexual da doença. Agora, pesquisadores da Fiocruz apontam a possibilidade de contaminação por meio da saliva e da urina, mesmo ressaltando que ainda há necessidade de novos estudos.

“Esta é a primeira vez em que demonstramos que o vírus está ativo, ou seja, com potencial de provocar a infecção”, explica a pesquisadora Myrna Bonaldo.

Em nota, o Ministério da Saúde declarou que a evidência “não é suficiente para afirmar que a presença do vírus na saliva pode infectar outras pessoas”. Caso a pessoa apresente algum dos sintomas (febre, coceira, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dor no corpo e nas juntas e manchas vermelhas pelo corpo), é necessário procurar com urgência um médico e evitar o contato com outras pessoas até ter um diagnóstico.

Herpes

A herpes simples, que pode se manifestar na área genital ou na área próxima aos lábios, é causada por um vírus contagioso. Entre três e 12 horas antes do aparecimento das bolhas características da infecção, a pessoa pode apresentar dor no local (como uma sensação de fisgada ou ardência). Essa fase é chamada de pródromo.

O dermatologista Omar Lupi explica que a transmissão do vírus da herpes, tanto labial quanto genital, é feito pelo contato direto da pele. “Objetos como talheres, ou banheiros públicos não apresentam risco de contaminação”, afirma. A herpes é transmitida durante o período do pródromo e principalmente na fase em que surgem as bolhas. Após isso, o contato é seguro. O tipo genital da doença pode ser evitado com o uso de preservativos.

No verão, os casos de herpes labiais são mais comuns, porque a exposição ao sol diminui a imunidade – e isso vale para outras infecções de pele, como furúnculos e a candidíase. Alimentos como chocolate, sementes oleosas (nozes, amendoim e castanhas) e abacaxi devem ser evitados por quem apresenta os sintomas, de acordo com o dermatologista.

Segundo Lupi, 90% da população mundial já é portadora da doença e tem os anticorpos. Mas, ao todo, só 10% dos infectados tem crises repetidas de herpes. Na maior parte dos casos, os sintomas são brandos e a pessoa infectada confunde com uma gripe, afta ou ferida.

Mononucleose

A chamada doença do beijo é transmitida pela saliva e, em casos mais raros, por contato com objetos contaminados, como copos e talheres. Febre e dor de garganta, tosse, dor no corpo e nas articulações são os principais sintomas, o que faz a mononucleose ser muito confundida com uma gripe. É possível confirmar o diagnóstico com exame de sangue. A doença não tem tratamento – o corpo cura sozinho, mas é possível tomar remédios que aliviam os sintomas.

A mononucleose é mais difícil de ser evitada do que a herpes: enquanto a segunda só pode ser transmitida quando os sintomas realmente são apresentados, a mononucleose tem um período de incubação maior, no qual ainda é contagiosa.

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