O Brasil amanheceu de luto…

Por Luís Pablo Brasil
 

O que será que passa na cabeça de um ser humano?

A tragédia que se abateu sobre a cidade do Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira, já recheou o sempre atrapalhado cardápio discursivo de algumas autoridades.

No afã de justificar a invasão de uma escola pública, o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) classificou como “animal” o descontrolado que matou onze crianças e em seguida se suicidou.

O ser humano nada mais é do que uma esfinge, espécie que mescla os lados humano e animal. Quando a porção animalesca prevalece no ser humano, a tendência é que ele parta para um processo de eliminação de tudo aquilo que lhe incomoda.

Assim funciona o reino animal. Em sua teoria antropológica, Aristóteles sempre defendeu a ideia de que o homem é um “animal social”. A sociabilidade citada por Aristóteles se deve ao fato do homem ser o único animal que fala. E é a interlocução, independentemente da qualidade e da intensidade, que garante ao homem a condição de “animal social”.

A introspecção excessiva transforma o comportamento humano em uma abissal incógnita, para não afirmar que é um repleto barril de pólvora rodeado por incendiários inveterados.

E foi o que aconteceu no caso da escola carioca. O franco atirador tentou sacar do cotidiano algo que lhe incomodava, pois a mudez passou a ser a plataforma de um crime premeditado, sem justificativa, mas com uma eventual explicação, mesmo que absurda.

A brutalidade desse crime provocará discussões quase infindáveis e não conclusivas sobre a formação dos cidadãos.

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