"Cargo de ministro pertence à Dilma e não ao PR", diz Paulo Sérgio Passos

Por Luís Pablo Brasil
 

Ministro Paulo Sérgio Passos

O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, disse que sua permanência no comando da pasta não está vinculada a uma decisão do PR, partido ao qual está filiado. “Não quero fazer considerações acerca das decisões do partido (PR), pois cabe ao partido tomá-la. Fui convidado pela presidente Dilma Rousseff e a ela pertence o cargo”, disse nesta terça-feira, 16, durante audiência no Senado para dar explicações sobre as denúncias de irregularidades no ministério, que resultaram na demissão de 27 pessoas.

“Eu, que já fui servidor na gestão de vários governo, que já trabalhei com PFL, PSDB e PMDB e tenho uma vida na qual não se pode lançar dúvida, estarei pronto para servir ao governo da presidente Dilma Rousseff enquanto ela entender que eu sou a pessoa certa para conduzir o Ministério dos Transportes”, afirmou. Após a faxina no órgão, o PR ameaça deixar a base de apoio ao governo. A decisão pode ser anunciada nesta terça pelo senador Alfredo Nascimento (AM), ex-ministro dos Transportes, um dos primeiros a perder o cargo em razão da crise na pasta.

Durante a audiência, ainda em andamento, Passos foi questionado sobre as denúncias de cobrança de propina e de superfaturamento em obras vinculadas ao ministério. O líder do DEM, senador Demóstenes Torres (GO), questionou o superfaturamento de R$ 720 milhões no valor das obras, conforme apontado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), entre 2009 e 2010. O ministro negou a existência de superfaturamento e atribuiu os aditivos e os aumentos de preços a “mudanças de características das obras” e ao aumento dos recursos repassados para o setor, mas não a irregularidades.

Passos disse que a Controladoria Geral da União está encarregada de proceder a uma auditoria no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). A iniciativa foi criticada pelo senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-PR), para quem “a CGU não controla nada, não é de nada”. “O senhor vai ficar sentado sobre um vespeiro”, afirmou o senador tucano. O líder do PT, senador Humberto Costa (PT-PE), entretanto, elogiou as explicações do ministro, “do ponto de vista técnico e político”.

Preços.O ministro atribuiu o aumento de preços das obras de rodovias executadas pelo Dnit às mudanças nas dimensões dos projetos. Paulo Sérgio Passos reconheceu que o ministério “não está às mil maravilhas”, mas que está trabalhando para mudar a situação, inclusive com a ajuda dos novos contratados do Dnit. “Todos profissionais de carreira, sem vinculação partidária”, destacou.

“Quem está lhe falando aqui é um homem correto, é um homem honesto, de vida e passado limpo, com 38 anos na esfera federal, servindo da melhor forma”, afirmou, em resposta ao líder do PSDB, senador Alvaro Dias (PR) sobre as irregularidades identificadas em obras. (As informações são do Estadão).

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