Desembargador que protegeu Fernando Sarney será corregedor

Por Luís Pablo Brasil
 

O desembargador Dácio Vieira, autor da decisão que há 931 dias impôs uma censura prévia ao jornal O Estado de S. Paulo, foi escolhido neste mês para ocupar o cargo de corregedor do Tribunal de Justiça do Distrito Federal.

Empresário Fernando Sarney

Empresário Fernando Sarney

Ex-consultor jurídico do Senado e ligado ao presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), Vieira assinou em julho de 2009 a decisão que impediu o jornal de publicar reportagens sobre investigações que atingiam o empresário Fernando Sarney.

Na ocasião, o filho do presidente do Senado era investigado pela Operação Faktor, da Polícia Federal, que ficou conhecida como Boi Barrica. Ao impedir a publicação das reportagens, Dácio Vieira atendeu a um pedido do próprio Fernando. Em caso de descumprimento, o desembargador fixou multa de R$ 150 mil para cada reportagem publicada.

Até hoje o jornal tenta derrubar a liminar. Por causa de uma recente determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o Tribunal de Justiça terá de decidir se será ou não mantida a censura. Mas não há previsão de quando ocorrerá o julgamento.

A censura ao Estadão foi condenada por entidades como a Associação Nacional de Jornais (ANJ), o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), para quem a decisão era inconstitucional.

Desembargador Dácio Vieira, que censurou o jornal

Desembargador Dácio Vieira, que censurou o jornal

Dácio Vieira é do convívio social da família Sarney e do ex-diretor-geral do Senado, Agaciel Maia. O desembargador foi um dos convidados presentes ao casamento de Mayanna Maia, filha de Agaciel, em 10 de junho de 2009, em Brasília.

Naquela mesma data, o jornal O Estado de S. Paulo revelara a existência de atos secretos no Senado, que escondiam nomeações irregulares e vantagens para apadrinhados. Sarney, o desembargador e Agaciel foram fotografados juntos na festa.

O cargo de corregedor do tribunal é estratégico. A posse deve ocorrer 60 dias após a eleição, que ocorreu no último dia 10. Cabe ao órgão investigar suspeitas de irregularidades cometidas por magistrados.

Recentemente, as corregedorias ganharam notoriedade com a polêmica envolvendo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre quem teria ou não competência para promover apurações contra juízes. O Supremo Tribunal Federal deu a palavra final e disse que o CNJ tem plenos poderes para fazer investigações.

(Com informações do Jornal O Estado de S. Paulo)

Um comentário em “Desembargador que protegeu Fernando Sarney será corregedor”

  1. Eskalibur

    Enquanto o povo fecha os olhos , politicos como o tal Sarney abre os bolsos , uma vergonha ver tal sujeito presidindo a maior instituição politica do pais , ate guando vai essa poca vergonha ?
    não vejo diferença entre um politico corrupto e um traficante dos morros , todos dois corrompem as leis em nome de seu proprio beneficio
    fica aqui minha indgnação.
    Obs: deveria de ter mais blogs para reclamar , um que fosse do gov.com

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