CPI do Cachoeira pede investigação contra o procurador Roberto Gurgel

Por Luís Pablo Brasil
 

Eugênia Lopes e Ricardo Brito – Agência Estado

No mesmo dia em que a Justiça determinou a libertação do contraventor Carlos Augusto Ramos, o relator da CPI do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), pressionado pela cúpula do PT, cedeu e propôs no texto que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) investigue o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e o indiciamento do jornalista Policarpo Junior, redator-chefe da Revista VEJA.

Procurador Roberto Gurgel

Procurador Roberto Gurgel

Odair Cunha apresentou o relatório final com a proposta de indiciamento de 46 pessoas envolvidas com o bicheiro, entre elas o governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo, e o prefeito de Palmas, o petista Raul Filho.

No relatório, o deputado alega que Roberto Gurgel suspendeu “sem justificativa” as investigações da Operação Vegas, ação da Polícia Federal iniciada em 2009 que apontou os primeiros indícios de ligação do contraventor com parlamentares, entre eles o senador cassado Demóstenes Torres (sem partido-GO).

Durante os trabalhos da comissão, o procurador-geral da República informou à CPI que decidiu parar as investigações da Vegas para encontrar elementos mais fortes da atuação de Cachoeira.

Segundo Gurgel, isso só ocorreu quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Monte Carlo, que prendeu Cachoeira em 29 de fevereiro.

Entretanto, o relator da CPI sustenta que as duas operações têm origens distintas, não havendo motivo para a paralisação da Vegas.

“Não estou afirmando nada, estou colocando essa questão do PGR na pauta. Ele precisa se explicar”, afirmou Odair Cunha. Ele vai apresentar hoje seu parecer, que só irá à votação na semana que vem.

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