De março a dezembro cerca de nove "greves" mudaram a rotina do MA

Por Luís Pablo Maranhão
 

Natália Raposo / O Imparcial

Com a proximidade do fim do ano, começa a época de balanços e retrospectivas. E o ano de 2011 foi, sem dúvida, um ano marcado por greves, paralisações e manifestações populares em todo o país. E no Maranhão não foi diferente!

Durante esse ano, a população ludovicense viveu dias de insegurança com as paralisações das polícias, acordou sem transporte público diversas vezes devido às greves dos rodoviários, ficou sem receber encomendas e correspondências, quando os Correios paralisaram totalmente os serviços e precisou recorrer a lotéricas e correspondentes bancários quando as agências bancárias fecharam as portas; além de crianças da rede público de ensino que ficaram sem aulas durante as greves de professores do Estado e do município.

Melhores condições de trabalho e reajustes salariais são a pauta principal de quase todas as mobilizações. Além de greves e paralisações, houve, ainda, manifestações, como a marcha da maconha, a marcha contra a corrupção e o mais recente movimento contra o governo do estado, intitulado “Primavera Maranhense”, que realizou uma caminhada no último dia 29, em frente à Assembléia Legislativa.

Confira a cronologia de algumas greves e paralisações que marcaram o estado em 2011:

– Março: Professores da rede estadual

Os professores do estado paralisaram as atividades no início do mês de março e permaneceram em greve durante 78 dias, voltando às salas de aula no dia 17 de maio. Na pauta de reivindicações, a principal era o aumento do piso salarial para R$ 1.187 e a aprovação do estatuto dos educadores.

– Maio: Rodoviários e agentes penitenciários

No dia 23 de maio, os rodoviários pararam de rodar, reivindicando um aumento salarial de 16% e mais 30% de reajuste no tíquete-alimentação. A greve durou pouco mais de duas semanas. Reajustes salariais, tíquete-alimentação e mais segurança foram as principais causas da manifestação.

A paralisação dos agentes penitenciários durou aconteceu no dia 27 de maio e durou apenas 10 horas. Durante esse tempo, os agentes se concentraram na BR-135, em frente ao Complexo Penitenciário de Pedrinhas, exigindo a equiparação de agentes e inspetores penitenciários aos cargos de investigadores e comissários da Polícia Civil e a contratação de novos servidores via concurso público, além de reajustes salariais.

– Junho: Delegados de Polícia Civil

A paralisação dos civis começou no dia 2 e durou 107 dias, sendo suspensa em 19 de setembro, prazo em que se encerraram os 60 dias prometidos pelo Governo para encaminhar para o Legislativo o Projeto de Emenda à Constituição (PEC), reconhecendo o cargo de delegado na carreira jurídica do Estado.

As exigências eram melhores condições de trabalho, aumento do efetivo da categoria e retirada total de presos das delegacias.

O não atendimento das exigências dos delegados nessa greve culminou na sua “continuação”, em novembro.

-Setembro: Correios e Bancários

A greve nacional dos funcionários dos Correios teve início no dia 14 de setembro e durou 28 dias. Os grevistas reivindicavam um aumento de R$ 200, reposição da inflação de 7,16% e aumento do piso salarial de R$ 807 para R$ 1.635, além de contratação imediata dos aprovados em concurso público da entidade.

Já a greve dos bancários começou no dia 27 de setembro, em todo o país, e durou 21 dias, chegando a paralisar 9.254 agências bancárias e centros administrativos de bancos públicos e privados. No Maranhão, a adesão foi expressiva e 94% das agências de São Luís foram fechadas. Após negociação de reajuste salarial de 9% com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal voltaram às atividades. O Banco do Nordeste encerrou a greve em 26 de outubro, e os bancários do Banco da Amazônia (Basa) ainda permanecem parados.

– Novembro: Policiais militares, bombeiros, policiais civis e delegados da Polícia Civil

A paralisação dos policiais militares e bombeiros começou no dia 23 de novembro e terminou dia 2 de dezembro. Os manifestantes permaneceram acampados na Assembléia Legislativa durante todos os dias em que estiveram parados. As principais reivindicações do movimento eram reajustes salariais, instituição de promoções, anistia dos líderes e adeptos da paralisação e o fim do Regimento Disciplinar do Exército (RDE).

A última greve dos delegados de Polícia Civil começou no dia 22 deste mês e foi até o dia 26, quando o Governo aprovou o texto final do Projeto de Emenda à Constituição (PEC), incorporando o cargo de delegado à carreira jurídica. O movimento havia sido suspenso no dia 19 de setembro, sendo retomado em novembro, uma vez que o prazo máximo de 60 dias para o atendimento das reivindicações havia expirado.

Já os policiais civis permanecem em greve desde a última quarta-feira (30), aguardando negociações com o Governo sobre o novo Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS).

Um comentário em “De março a dezembro cerca de nove "greves" mudaram a rotina do MA”

  1. SAMUEL DE VITERBOS P. SANTOS

    PARABÉNS AOS POLICIAIS MILITARES E BOMBEIROS!
    PARAFRASEANDO LULA, “NUNCA ANTES NA HISTÓRIA DESTE ESTADO” A OLIGARQUIA FOI TÃO ULTRAJADA E DESAFIADA POR UMA CLASSE QUE ELA ACHAVA QUE ERA ABSOLUTAMENTE SUBSERVIENTE . ELA JAMAIS ESPEROU, E NÓS, DA SOCIEDADE CIVIL TAMBÉM NÃO, QUE O DESMASCARAMENTO DE SEU PÉSSIMO GOVERNO VIRIA LOGO DE VOCÊS, POLICIAIS MLITARES.
    FOI MUITO BOM. EU ESTIVE NA ASSEMBLÉIA NO DIA DA MANIFESTAÇÃO DOS ESTUDANTES E FIQUEI DEVERAS EMOCIONADO, POR VER JUNTAS DUAS CLASSES APARENTEMENTE ANTAGÔNICAS, EM PROL DE UM MARANHÃO DECENTE E HONESTO, CONTRA A TIRANIA QUE NOS SUFOCA HÁ QUASE 50 ANOS.
    ELA , ROSEANA SARNEY MURAD,HUMILHOU O SEU VICE GOVERNADOR, O PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA, A PROCURADORA GERAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO E O PRESIDENTE DA ASSEMBLÉIA E FANTOCHE DE DEPUTADO.
    A POLÍCIA MILITAR E O CORPO DE BOMBEIRO ESCREVERAM UMA DAS MAIS BELAS PÁGINAS DE NOSSA HISTÓRIA: O DESAFIO PACÍFICO DA OLIGARQUIA MAIS RETRÓGRADA E LONGEVA QUE O BRASIL JÁ TEVE. A SEMENTE ESTÁ LANÇADA: ATÉ O MST OS APOIOU, ALGO INACREDITÁVEL. A RELAÇÃO DA POLÍCIA, A NOSSA POLÍCIA, COM A SOCIEDADE, A PARTIR DE AGORA, SERÁ MUITO MAIS SOLIDÁRIA E HUMANA…
    PARABÉNS POLÍCIA MILITAR E BOMBEIROS DO MARANHÃO; VOCÊS SÃO NOSSOS HERÓIS !

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