Blog do Luís Cardoso

Foi assassinado hoje pela madrugada um agente policial civil que estava participando da equipe que investiga  a morte do jornalista e blogueiro Décio Sá.

O policial de nome João de Jesus Lobato Santana vinha exercendo participação ativa nas investigações sobre o assassinato de Sá, executado no dia 23 deste em um bar na avenida Litorânea.

Lobato, assim que encerraram ontem as investigações, por volta das 22h, se desclocou até ao Kabão para tomar cerveja gelada. Distraido, o policial foi executado por uma pessoa que estava na garupa de uma moto. O crime tem todas as características de que foi praticado por pistoleiros de alugel.

Policiais estão neste momento realizando uma pesada operação para prender um dos suspeitos que estaria no bairro Barreto. Aguarde em minutos mais detalhes.

A polícia, que investiga a morte do jornalista e blogueiro Décio Sá de forma sigilosa, vai analisar mais de 2.800 itens entre imagens, telefonemas e testemunhas. Todo o sistema de segurança está empenhado no caso.

As investigações estão sendo trabalhadas de maneira técnica, pois quem cometeu o crime construiu uma rota e acompanhou todos os passos do jornalista.

Secretário Aluísio Mendes

Para ele, o crime é um quebra-cabeça por ter sido praticado de maneira profissional.

Nas investigações a polícia já descobriu que o assassino utilizou quatro lotes de cápsula diferentes para matar Décio Sá.

Os criminosos usaram essa estratégia justamente para dificultar a montagem da dinâmica do assassinato. A perícia descobriu também, que dois projéteis estavam sem a identificação dos lotes.

A polícia já repassou todas informações dos lotes aos fabricantes, para identificar quem é o dono. As investigações levam a polícia a crer, que o assassino não é da região pelo fato de não ter se preocupado em esconder o rosto no momento do crime.

Todas as pistas deixada pelo criminoso (pente da arma, munição e impressões digitais) estão ajudando a polícia, para que o caso seja elucido.

Investigação sobre a morte de Décio Sá entra para o 3 dia

Hoje está entrando para o terceiro dia da morte do jornalista, e a polícia ainda não prendeu o assassinato.

Todas as atitudes adotadas pela polícia ainda não convenceram os profissionais da imprensa, que estão se sentindo inseguros.

Cada dia que passa, fica mais difícil para a polícia elucidar o caso. Ainda mais quando as circunstâncias apontam que o crime foi feito por profissionais.

É preciso uma resposta imediata da Segurança Pública do Estado do Maranhão.

O Escritório do Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) emitiu uma nota condenando o assassinato do jornalista e blogueiro Décio Sá.

O porta-voz do Alto Comissariado, Rupert Colville, disse que o órgão está “alarmado” com a morte de mais um jornalista no Brasil.

Ele terminou a nota elogiando as autoridades do Maranhão por iniciarem uma investigação, e disse que o governo deve implementar, imediatamente, medidas de proteção para evitar novos casos.

NOTA

Estamos alarmados pela morte de mais um jornalista no Brasil, elevando para, pelo menos quatro, o número de jornalistas assassinados no país até agora. Décio Sá, um jornalista investigativo na política local, denunciava a corrupção e o crime organizado, foi morto a tiros em um bar em Segunda, 23 de Abril. Nós condenamos seu assassinato e estamos preocupados com o que parece ser uma tendência de assassinatos de jornalistas, o que prejudica o exercício da liberdade de expressão no Brasil.

Congratulamo-nos com o fato de que as autoridades estaduais se comprometeram a realizar uma investigação completa para este e outros casos semelhantes. Esperamos que esses casos sejam tratados como uma grande prioridade para que os autores não sejam encorajados pela falta de prestação de contas vigente para tais crimes. Ao mesmo tempo, instamos o governo a implementar, de imediato, medidas de protecção para evitar quaisquer outros incidentes do tipo.

Um projeto de lei apresentado ao Congresso, em 2011, ordenando as investigações da polícia em crimes contra os jornalistas sejam realizadas a nível Federal, seria um passo na direção certa. Esperamos que esta e outras medidas para proteger os jornalistas sejam adotadas como um assunto de urgência.

Jornalista Décio Sá

Os dois suspeitos de envolvimento no assassinato do jornalista e blogueiro Décio Sá, foram detidos pela equipe da SEIC na madrugada da última quarta-feira (25).

Em sua decisão, a juíza concedeu o mandado de busca e apreensão domiciliar. Ela acatou os argumentos da comissão de delegados que investiga a morte do jornalista.

Abaixo o despacho da juíza:

É grande a revolta dos profissionais da imprensa e de toda sociedade do Estado do Maranhão, por causa da publicação sem escrúpulo que o presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH) da OAB-MA, Luís Antonio Câmara Pedrosa, fez na sua pagina na internet (reveja).

A atitude covarde e preconceituosa contra a imagem do jornalista negro [Décio Sá], que morreu brutalmente na Avenida Litorânea, foi cruel e desumana.

Os profissionais da imprensa e a população pedem a expulsão de Antonio Pedrosa da Presidência de Direitos Humanos da OAB-MA. 

Pedrosa faltou com respeito ao jornalismo democrático do Maranhão. 

É preciso que o presidente da Ordem, Mário Macieira, tome uma atitude imediata sobre a irresponsável publicação que o membro da OAB fez contra o jornalista Décio Sá.

É totalmente inaceitável que o presidente da Comissão de Direitos Humanos possa tripudiar de um cadáver, de uma família que está sofrendo com uma trágica perda e que não respeite uma viúva que está gravida de dois meses e com uma filha de 8 anos para criar.

Mário Macieira não pode ficar calado diante da barbaridade que Antonio Pedrosa cometeu. Isso não pode simplesmente passar despercebido.

Cada um com seu jeito canalha de ser – O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-MA, o desprezível advogado Luís Antônio Câmara Pedrosa, colocou, de forma baixa, em sua página na internet, o seu posicionamento sobre a morte do jornalista Décio Sá, que foi executado no dia 23 de abril de 2012.

O desprezível Luís Pedrosa

Pedrosa disse: “Não adianta agora, por outro lado – em nome da justiça que deve necessariamente ser feita – alçar o jornalista/vítima à condição de baluarte da democracia, o que nunca foi”.

E foi mais longe ainda: “Não derramei lágrimas de crocodilo no velório, no qual não aceitaria confortavelmente comparecer. Sempre discordei dessa linha de jornalismo, que, no Estado, é composta por um pequeno número de gorilas diplomados”.

Esse pensamento não é só desse indivíduo, como também de parte da Direção da Ordem dos Advogados do Maranhão. É lamentável que a sociedade tenha esses atuais representantes dirigindo está entidade. Uma lastima.

Secretária Luíza Oliveira

Nem mesmo com a morte do jornalista Décio Sá, que foi assassinado de forma brutal, a secretária se pronunciou através de uma nota oficial sobre o caso. Pelo contrário, foi omissa diante da barbaridade que aconteceu.

Luíza Oliveira, como se sabe, não gostava das matérias publicadas por Décio Sá, que questionou diversas vezes sua desastrosa administração, que alias, vem sendo critica pelo conjunto do governo.

O jornalista postou inúmeras matérias de uma ex-crise de “ciúme” que resultou na exoneração do ex-gerente do Procon, Felipe Camarão. E isso deixou a secretária irritada por diversas vezes.

Abaixo alguns links que irritaram Luíza Oliveira:

Luiza Oliveira faz festa com obra dos outros

Felipe Camarão é exonerado do Procon

Ciumeira derruba Felipe Camarão do Procon

‘Guerra de egos’: secretária proíbe diretor do Procon de dar entrevistas

Foi repugnante a atitude da vice-presidente da OAB-MA, a descontrolada Valéria Lauande, do tesoureiro, Valdenio Caminha, e do secretário geral, Carlos Couto, de ter barrado a nota oficial da Ordem sobre a morte do jornalista Décio Sá, que foi executado na última segunda-feira (23), em um bar na Avenida Litorânea.

A descontrolada Valéria Lauande

O presidente da OAB-MA, Mário Maceira, mais uma vez mostrou que não tem comando na sua gestão e ficou calado diante da decisão dos seus subordinados. Lamentável.

O engraçado é que a OAB-MA é uma entidade que deveria mais cobrar transparência de todo mundo, mas quando é denunciada, é a primeira a jogar a sujeira para debaixo do tapete.

Hoje pela manhã, só de faz de conta, Mário Macieira foi no programa Bom Dia Mirante para falar sobre a morte do jornalista, mas nada cobrou para elucidar o caso. Era mais antes ter ficado em casa.

Apesar de pregar moralidade, a OAB não pode ser audidata por nenhum órgão de controle, tipo TCE e TCU. É a única entidade do país com tal privilégio. Assim até eu saio por aí posando de bom gestor!

Este blog que trabalha com seriedade, austeridade e coragem, não vai se intimidar, seja do agrado e desagrado de quem quer que seja.

Abaixo alguns motivos da nota não ser divulgada pela OAB-MA:

Acorda, Mário! Advogado é assassinado no interior

Doação ‘desmascara’ presidente da OAB-MA

Descontrolado, presidente da OAB-MA ataca o blog

Marcos Lobo reage a ataque de Mário Macieira

Sem argumentos, membros da OAB pedem que Mário Macieira não responda mais ao blog

NOTA DE PESAR E REVOLTA

Comoção, consternação e revolta tomam conta da imprensa maranhense diante do assassinato frio e brutal do jornalista Décio Sá, crime caracteristicamente encomendado, bárbaro e um atentado inominável contra a liberdade de expressão e o livre exercício profissional.

O Comitê de Imprensa da Assembleia Legislativa, por seu presidente, por seus membros, lamenta pela tragédia ocorrida, se associa à dor da família, dos amigos, dos funcionários e diretores do Sistema Mirante de Comunicação e exige que o crime seja apurado, os executores e, principalmente, mandantes sejam punidos, presos, condenados.

Consideramos que a morte de Décio Sá é mais um prêmio à impunidade que grassa nesse Estado com relação aos crimes de pistolagem que a própria imprensa, inclusive a vítima, já vinha denunciando há algum tempo.

Consideramos que quilombolas, lavradores, empresários e políticos estão sendo assassinados por pistoleiros no Maranhão sem que haja uma resposta positiva do Sistema de Segurança. Na maioria dos casos, assassinos e mandantes ficam impunes para desgraça das vítimas, seus familiares, amigos e a sociedade.

Consideramos, ainda, que diante da ousadia de um assassinato cometido em lugar tão freqüentado, por bandidos que, praticamente, deixaram suas digitais no local do crime, toda a imprensa do Maranhão se sente insegura, assim como qualquer homem público, o que exige ações extremas do Estado.

A dor que nos comove, a raiva que nos constrange, a sensação de impotência e perda diante de tão desprezível ato, tamanha brutalidade, nos compunge – até para que a morte de nosso colega Décio Sá não seja em vão – a solicitar das autoridades ações da força armada do Estado para o expurgo imediato, sem constrangimentos nem contemplações, de todos os pistoleiros que, na busca de novos crimes e propostas, hoje rondam o Maranhão.

São Luís, 25 de abril de 2012

Jonaval Medeiros da Cunha Santos
Presidente