Por causa de investigações, Dilma não confirmou presença na UPA

Por Luís Pablo Política
 

Não é seguro informar que a presidente da República, Dilma Rousseff, virá ao Maranhão no dia 26 deste mês para inaugurar a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Parque Vitória.

A obra hospitalar, sem a menor sombra de dúvidas, atende critérios técnicos exigidos pelo Governo Federal.

A presidente está receosa com as investigações das UPA's e Murad espalha que Dilma virá ao MA

No entanto, há indícios de superfaturamento na execução do empreendimento. Aliás, existem investigações pela Polícia Federal sobre aplicação dos recursos na construção das UPA’s no Maranhão.

E é exatamente este o receio da assessoria da Presidência da República, que Dilma poderá participar da inauguração de uma obra fiscalizada pela Controladoria Geral da União (CGU), Tribunal de Contas da União (TCU) e investigada pela Polícia Federal.

Cautelosa, Dilma Rousseff quer saber primeiro em que pé encontram-se as investigações.

Só depois dirá se vem ou não participar da solenidade de inauguração.

"Minha única preocupação é trabalhar pelo município", diz Bia Venâncio

Por Luís Pablo Política
 

Prefeita Bia Venâncio

No último sábado, 13, em conversa com o titular do blog, a prefeita de Paço do Lumiar, Bia Vênancio, disse que sua única preocupação é trabalhar pelo município em prol da população.

Ao perguntar como está sua questão judicial, a prefeita disse que está tranquila, porque faz parte de uma perseguição da oposição.

“Essa questão judicial que tenho enfrentado eu estou tranquila, porque faz parte de uma perseguição política da oposição, que de qualquer forma vem tentando me afastar do cargo”, disse Bia ao blog.

A prefeita também comentou sobre o seu rompimento com o vice-prefeito, Raimundo Filho. Para ela, foi uma surpresa e traição, o seu vice que fazia parte do grupo e se mostrava fiel, ter rompido após assumir a prefeitura por alguns dias.

No final da conversa, Bia Venâncio disse que seu objetivo é reverter o seu quadro de rejeição até o final do ano, realizando obras e atendendo a demanda do município, para buscar a reeleição em Paço do Lumiar.

Max Barros prefeito e Tatá Milhomem presidente da Assembleia?

Por Luís Pablo Política
 

Uma coisa é certa. Se o caminho for traçado como a governadora Roseana Sarney deseja, com Max Barros (PMDB) na prefeitura de São Luís, o futuro presidente da Assembleia Legislativa pode ser Tatá Milhomem (DEM).

Barros se elegendo a prefeito da capital maranhense, Milhomem passará a ser deputado efetivo. E neste sentindo, Max pode até renunciar o cargo de deputado um mês antes de assumir a prefeitura, em caso de vitória.

Deputado estadual Tatá Milhomem e o deputado licenciado e secretário Max Barros

Tatá Milhomem sendo efetivado, poderá disputar a eleição da presidência do Poder Legislativo e, certamente sairia vitorioso por unanimidade.

Tudo porque, se a eleição da Casa fosse hoje, o grupo que se rebelou contra o candidato oficial da governadora Roseana Saney, Ricardo Murad, não dariam o voto para reeleição de Arnaldo Melo, porque já é grande a chiadeira contra o presidente da Assembleia.

Após 'faxina', PR ameaça deixar base governista

Por Luís Pablo Brasil
 

Senador Alfredo Nascimento

Alvo da faxina promovida pela presidente Dilma Rousseff no Ministério dos Transportes, o PR ameaça agora sair da conflagrada base de apoio do governo no Congresso. A decisão será anunciada amanhã, em discurso do senador Alfredo Nascimento (AM), que foi defenestrado dos Transportes na esteira das denúncias de corrupção e atualmente comanda o partido.

“O PR saiu do céu, mas não vai para o inferno. Pagará os seus pecados no purgatório”, afirmou o senador Blairo Maggi (MT). Padrinho político de Luiz Antonio Pagot, ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Maggi quer agora que todos os integrantes do PR entreguem seus cargos no governo.

Embora Dilma tenha feito uma devassa nos Transportes, que derrubou 27 servidores, os superintendentes estaduais do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) não mudaram. Apenas o de Mato Grosso, escolhido por Pagot, abandonou o posto em solidariedade a ele. Além de assento nessas repartições, o PR ocupa uma diretoria de Furnas.

“Não tem sentido adotarmos uma posição de independência em relação ao Palácio do Planalto, sair da base aliada e continuar com os cargos”, insistiu Maggi. “É possível fazer política sem ter vaga no governo.” O senador propôs que o PR desfiliasse o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, sucessor de Nascimento, para quem o partido “não é lixo” nem pode ser “varrido” da administração. “Passos não representa o PR”, insistiu. A proposta de expurgo, porém, ainda não tem apoio da maioria. (As informações são do jornal O Estado de S. Paulo).

PMDB se rebela por prisão de ex-deputado filiado ao partido

Por Luís Pablo Política
 

Folha.com

O PMDB ensaia nova rebelião contra o governo por causa da prisão do ex-deputado Colbert Martins (PMDB-BA) na Operação Voucher.

A insatisfação é endossada pelo vice-presidente Michel Temer, que fez queixas à presidente Dilma Rousseff e ligou para o aliado no sábado, após ele deixar a cadeia.

Temer diz que não há provas do envolvimento do peemedebista em fraudes no Ministério do Turismo e que a ação da Polícia Federal causou danos à imagem da sigla.

O episódio pode ser usado como justificativa para retaliação ao Planalto no Congresso, onde o partido já reclama da baixa liberação de emendas parlamentares.

Embora o ministro Pedro Novais (Turismo) pertença ao PMDB, a legenda culpa seus dois antecessores petistas, Marta Suplicy e Luiz Barretto, pelo suposto esquema de fraudes na pasta.

A sigla diz que Colbert assumiu cargo no ministério em abril, quando a PF já investigava os desvios, e seguiu parecer técnico ao destinar verbas à ONG Ibrasi, suspeita de fraude no Amapá.

“Colbert é o maior injustiçado desta história”, diz o ex-ministro Geddel Vieira Lima (BA), ligado ao ex-deputado.

O vazamento da foto de Colbert na cadeia, sem camisa, acirrou os ânimos na sigla contra o governo e a PF. O PMDB promoverá dois atos de desagravo a ele: hoje, na Bahia, amanhã, em Brasília.

O líder na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), reunirá os deputados em protesto ao “tratamento absurdo de que Colbert foi vítima”. “Mas a insatisfação da bancada é com o tratamento político, a retenção de emendas”, diz.

O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) disse a peemedebistas que não sabia da ação contra Colbert. O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), diz que as emendas voltarão a ser liberadas esta semana.

Google vai comprar Motorola Mobility por US$ 12,5 bilhões

Por Luís Pablo Tecnologia
 

Do G1

A Motorola é uma das parceiras do sistema operacional do Google, Android

O Google anunciou nesta segunda-feira (15) que vai comprar a Motorola Mobility por cerca de US$ 12,5 bilhões. O presidente do Google, Larry Page, anunciou os planos da aquisição no blog oficial da empresa. A Motorola Mobility, parceira do sistema operacional Android, é responsável pela fabricação de tablets e smartphones, como o Xoom e o Atrix.

Segundo o jornal “Wall Street Journal”, o Google planeja comprar a Motorola Mobility por US$ 40 por ação em dinheiro – ou cerca de US$ 12,5 bilhões. A oferta representa um ágio de 63% sobre o valor de fechamento da ação da Motorola na bolsa de valores de Nova York, na sexta-feira (12).

As empresas esperam que a aquisição seja concluída até o início de 2012. A compra acontece quase oito meses depois de a Motorola anunciar sua divisão em Motorola Solutions, centrada nos serviços para empresas, e Mobility, focada no consumidor final. Em 2008, a Motorola decidiu usar apenas o Android em seus smartphones.

Assembleia Legislativa paga tratamento de ex-deputado

Por Luís Pablo Política
 

Ex-deputado Paulo Neto

O ex-deputado estadual Paulo Neto, que tem uma esposa prefeita (Mata Roma), propriedades rurais, outros negócios e uma poupança fabulosa, não precisou desembolsar nenhum recurso para seu tratamento de saúde.

Aliás, ele gastou e teve o dinheiro ressarcido pela atual presidência da Assembleia Legislativa do Maranhão.

No dia 11 de abril deste ano, a Assembleia creditou na conta do ex-deputado R$ 57.904,29 a titulo de “ressarcimento e tratamento médico hospitalar”.

Da mesma forma a viúva do ex-deputado Pedro Veloso (hoje falecido), teve ressarcido valor superior ao de Paulo Neto para tratamento de saúde.

Estranho é que outros ex-deputados, que estão na pindaíba, não desfrutaram dos mesmos benefícios.

Três notas…

Por Luís Pablo Política
 

Todos contra o Ministério

Por suposto crime de prevaricação no esquema de desvio de R$ 3 milhões num convênio da pasta com o Ibrasi (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável), a direção do PPS afirmou que apresentará representação à Procuradoria-Geral da República contra o ministro do Turismo, Pedro Novais.

Na semana passada, a cúpula do ministério e a direção da ONG foram alvos da Operação Voucher da Polícia Federal, no Amapá. No total, 36 pessoas foram presas, incluindo o número dois da pasta, Frederico Costa – solto na madrugada de ontem, 13, após pagar fiança de R$ 109 mil.

Máquina (Governo) x Máquina (Prefeitura)

Sem dúvida, a disputa pela prefeitura de São Luís em 2012, vai ser briga de “cachorro grande”.

De um lado, o prefeito da capital, João Castelo, no comando da máquina municipal e disposto a qualquer custo se reeleger.

Do outro, a forte base governista, com o apoio da governadora Roseana Sarney para eleger seu secretário de infraestrutura, Max Barros, a prefeito de São Luís.

Com a minoria, a ala da oposição, que até agora ainda não se decidiu quem realmente vai apoiar.

Diante disso, uma coisa é certa. Vai cair dinheiro até do céu para sair vitorioso nessa difícil disputa.

Pedro Novais fora do Ministério?

A um passo de ser exonerado, o ministro do Turismo, Pedro Novais, poderá anunciar sua saída do Ministério na próxima semana.

Mesmo com a proteção do todo poderoso presidente do Senado, José Sarney, Novais não vem aguentando a pressão diante de inúmeras denúncias e escândalos na Pasta. Aguardem!

Empresa de Eike Batista vai explorar Gás Natural no município de Codó

Por Luís Pablo Política
 

Prefeito Zito Rolim

O prefeito de Codó, José Rolim Filho (PV), mais conhecido como Zito Rolim, informou ontem, 13, que está certo a vinda da empresa OGX para explorar Gás Natural no município.

De acordo com o prefeito, na próxima semana os engenheiros e representantes da OGX vão receber o alvará de liberação para exploração de terras em Codó.

A OGX é uma empresa do setor de petróleo, cujo fundador é o empresário Eike Batista. Em pouco tempo de operação, ela já faz parte do Ibovespa.

Segundo o prefeito, com a chegada da empresa ao município, vai beneficiar muito a população da região.

O ministro entrou na festa

Por Luís Pablo Brasil
 

Revista Época

As investigações da PF sobre corrupção no Ministério do Turismo incluem uma obra que recebeu milhões liberados por Pedro Novais

TUDO DOMINADO. O ministro do Turismo, Pedro Novais. Abaixo, seu secretário executivo, Frederico Silva da Costa, algemado. Novais liberou dinheiro para obra de empresa de amigos de Costa

Há algum tempo não se via coisa parecida. Na semana passada, a Polícia Federal (PF) prendeu 35 pessoas na Operação Voucher, suspeitas de participar de desvio de recursos no Ministério do Turismo. Entre os presos está o secretário executivo do ministério, Frederico Silva da Costa (leia o quadro). A investigação se concentra em um convênio que liberou R$ 4 milhões para o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi). No papel, o Ibrasi deveria treinar pessoas no Amapá para trabalhar no setor turístico. Na realidade, segundo a PF, o dinheiro foi desviado para empresas de fachada, montadas por servidores, políticos e empresários. Nas investigações, surgiu outro grande negócio com ingredientes para um novo escândalo. É comum que conversas gravadas com autorização captem diversos assuntos tratados pelos investigados. Foi assim que os policiais esbarraram no nome da empresa Warre Engenharia, de Goiânia. Os desdobramentos podem criar problemas para o atual ministro, Pedro Novais, do PMDB.

A Warre foi contratada pela prefeitura de Goiânia para revitalizar o Parque Mutirama, a principal área de lazer na área central da capital de Goiás. O dinheiro para a obra – R$ 45 milhões – é do Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur), que tem recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e é administrado pelo Ministério do Turismo. Na época em que foi firmado o convênio entre prefeitura e ministério, Frederico Silva da Costa era o responsável pelo Prodetur. A escolha da empresa Warre não foi uma surpresa para o setor da construção civil em Goiás, segundo ÉPOCA ouviu de empresários de Goiânia. Antes mesmo da realização da concorrência pública no 001/2010, executivos do mercado comentaram que a obra estava destinada à Warre. Essas versões eram alimentadas por causa da relação de amizade entre as famílias de Frederico Costa, o responsável pela liberação dos recursos, e dos empresários Paulo Daher e Paulo Daher Filho, os donos da Warre.

Nove empresas se inscreveram para participar da licitação para a reforma do Parque Mutirama. Seis foram desclassificadas pela prefeitura. Das três que continuaram na disputa, duas desistiram às vésperas da abertura de propostas. Sobrou apenas a Warre. Denúncias feitas na Câmara Municipal de Goiânia pelo vereador Elias Vaz (PSOL) fizeram com que o prefeito Paulo Garcia (PT) anunciasse o cancelamento da concorrência e a abertura de uma nova licitação. Garcia sondou então o Ministério do Turismo e soube que, se revogasse a licitação vencida pela Warre, os recursos federais seriam suspensos. “A prefeitura recebeu um ofício do Ministério do Turismo em novembro de 2010. O documento dizia que o recurso estava liberado para a execução da obra e que, se ela não fosse iniciada até 31 de dezembro, o município perderia o dinheiro. Os recursos voltariam para o Orçamento Geral da União”, diz Andrey Azeredo, secretário de Licitações da prefeitura de Goiânia. “O ato de revogação da licitação do Mutirama foi até confeccionado. Mas, por problemas internos, o ato não foi publicado e ficou sem validade.”

O prefeito de Goiânia iria revogar a licitação, mas desistiu depois de aviso do Ministério do Turismo

Como a revogação não foi publicada, o contrato com a Warre Engenharia foi firmado. O Ministério Público Federal entrou no caso. Para os procuradores, tudo leva a crer que a licitação foi um jogo de cartas marcadas. Em janeiro, o procurador da República Marcello Santiago Wolff considerou ter indícios suficientes para abrir um inquérito para apurar fraude na concorrência. Mesmo depois de o Ministério Público ter oficialmente informado o Ministério do Turismo sobre a investigação, o ministro Pedro Novais foi a Goiânia no final de abril. Novais participou de uma solenidade festiva em que anunciou a liberação dos “primeiros R$ 10 milhões” para as obras. Novais sabia das irregularidades. “Houve realmente alguns questionamentos, mas que já foram solucionados”, afirmou Novais, em discurso.

Segundo o Ministério Público, não há nada solucionado no caso. Na semana passada, a pedido dos procuradores, a Polícia Federal também abriu inquérito para investigar irregularidades na licitação para as obras no Mutirama. O empresário Paulo Daher, dono da Warre, afirmou que são “infundadas” as alegações do Ministério Público Federal. Daher enviou uma nota técnica da prefeitura de Goiânia, na qual se baseia para alegar que a licitação foi legal. Daher não quis comentar sua relação pessoal com Frederico Silva da Costa. Em resposta a ÉPOCA, o ministro Novais disse que, por causa das investigações do Ministério Público, passará a ser mais “cauteloso” nos repasses de dinheiro para a obra do Parque Mutirama. Ele disse também que se confundiu na hora de anunciar os recursos liberados em Goiânia. Novais diz que ele mesmo só autorizou a liberação de R$ 4 milhões.

Em janeiro, ÉPOCA já mostrara que Costa era uma fonte potencial de grandes problemas para o governo Dilma. Um dos motivos era sua gestão à frente do Prodetur. Com Frederico no comando, o governo de Goiás teve acesso a R$ 13 milhões do programa e construiu uma rodovia que favoreceu o acesso ao Rio Quente Resorts, na região de Rio Quente, um dos principais pontos turísticos de Goiás. Outro programa do ministério, o Fundo Geral de Turismo, também concedeu um financiamento ao Rio Quente Resorts. Seria uma operação legítima, se o resort não pertencesse à família de Costa. Além da suspeita de dar uma força aos negócios da família com dinheiro de todos os brasileiros, Costa também é alvo de outra investigação. Ele, o pai e o irmão são acusados de desvio de recursos públicos da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) nos anos 1990. Seus bens estão bloqueados pela Justiça por causa da investigação. Apesar dos fatos desabonadores para sua nomeação para o segundo cargo no Ministério do Turismo, Costa foi mantido no governo por pressão do PMDB, acolhida pelo então chefe da Casa Civil, Antonio Palocci.

SOB SUSPEITA. À esqueda, o Parque Mutirama. No detalhe, o ministro Pedro Novais na festa em que anunciou a liberação de verbas para a revitalização do parque. A licitação foi dirigida, diz o MP

Na semana passada, as investigações da PF mostraram que Frederico Silva da Costa não atuou apenas em Goiás. Segundo a PF, Costa, na prática o verdadeiro ministro da pasta, foi fundamental para a liberação de verbas para o Ibrasi. Tudo começou com uma emenda ao Orçamento proposta pela deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP), que destinou R$ 4 milhões para o treinamento de trabalhadores no setor turístico no Amapá. A PF afirma que Costa atuou não só para liberar a emenda de Fátima, como garantiu o escoamento do dinheiro dos cofres públicos para entidades fajutas. Em uma das gravações captadas pela Polícia Federal, Costa ensina o empresário Fábio Mello a montar uma entidade de fachada para receber o dinheiro liberado pelo ministério – e que seria desviado depois. “O importante é a fachada e tem de ser uma coisa moderna, que inspira confiança em relação ao tamanho das coisas que vocês estão fazendo”, diz Costa. “Pega um negócio aí para chamar a atenção, assim, de porte, por três meses. Mas é para ontem! Que, se alguém aparecer para tirar uma foto lá nos próximos dias, as chances são altas!”

Dono da Conectur, que recebeu dinheiro público pelo Ibrasi e deveria treinar trabalhadores, o petista Errolflynn Paixão disse, em depoimento à PF, que seu sócio na empresa “chegou a dizer que o dinheiro seria devolvido à deputada (Fátima Pelaes)”. Secretário nacional de Desenvolvimento do Turismo até a semana passada, o ex-deputado federal Colbert Martins (PMDB-BA) foi preso porque assinou a liberação da verba com base em um documento falso. Em um diálogo com sua chefe de gabinete, captado pela polícia, Colbert demonstra preocupação com a emenda de Fátima Pelaes, pois ela seria de interesse do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). “E tem de ver aquela obra lá do Amapá, aquela lá da Fátima Pelaes, daquela confusão do mundo todo, que é de interesse do Sarney. Tá certo?”, diz Colbert. “Que se cancelar aquilo, aquilo tá na bica de cancelamento, enfim algumas que eu sei de cabeça, assim. Cancela aquela, pega Sarney pela proa, vai ser mais confusão ainda, o.k.?” A deputada Fátima Pelaes nega as acusações.

Colbert e Frederico Silva da Costa têm algo em comum – além de ambos trabalharem no mesmo ministério, terem tratado da emenda de Fátima Pelaes e terem sido presos na semana passada. Eles chegaram a seus cargos indicados por Francisco Bruzzi, assessor da liderança do PMDB na Câmara dos Deputados. Bruzzi trabalha em uma sala minúscula, com espaço apenas para sua mesa e de sua secretária. Economista de 62 anos, com longa carreira em cargos públicos no Executivo e no Legislativo, Bruzzi é chefe de gabinete do líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN). Ele é especialista nos trâmites do Orçamento Geral da União. Pelas mãos de Bruzzi, passam as sugestões de gastos do PMDB que ultrapassam R$ 1 bilhão por ano. Sugestões de Bruzzi para os ministérios do Turismo e da Agricultura foram acolhidas pelo PMDB e transformadas em atos publicados no Diário Oficial.

A aproximação de Bruzzi com Frederico Silva da Costa foi motivada pelo interesse comum pelas emendas parlamentares. Ao receber os repórteres de ÉPOCA em sua sala, na semana passada, Bruzzi disse que, de tanto tratar de emendas com o então secretário de Infraestrutura do Ministério do Turismo, o partido achou que promover Costa a secretário executivo seria uma boa opção para atender aos anseios do PMDB na gestão do ministro Pedro Novais. “Ele (Frederico) sempre atendeu com eficiência às demandas do PMDB e às solicitações da liderança do PMDB”, afirma Bruzzi. Ele convenceu o então líder Henrique Eduardo Alves a bancar a indicação de Costa para a função. Costa prestava contas a Bruzzi do que se passava no ministério. Apesar de ser o número dois da pasta, Costa se deslocava até a pequena sala de Bruzzi na Câmara. “O líder chama sempre os secretários executivos aqui. ‘Vem cá, que tem um deputado aqui querendo resolver um problema.’ E (o secretário executivo) vem. O ministério não é do partido? Então, vem”, afirma Bruzzi.

EM CONFLITO. O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves. Ele indicou a cúpula do Ministério do Turismo e quis que o partido deixasse o governo, depois da operação da PF

A operação da Polícia Federal da semana passada causou problemas entre o PT e o PMDB. Os líderes do PMDB se revoltaram não só com a prisão de Colbert Martins, mas com o fato de ele ter sido algemado. Eles reclamaram à presidente Dilma Rousseff. De acordo com assessores próximos, Dilma teria sido surpreendida pela operação, deflagrada na última terça-feira. Pouco depois das 8 horas da manhã, Dilma mandou chamar o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e perguntou o que era a Operação Voucher. Desde 2008, a Polícia Federal estava comedida não só no número, como na maneira de conduzir suas operações. Àquela altura do dia, Cardozo sabia pouco e Colbert Martins já havia sido preso em São Paulo, enquanto esperava pelo ministro Pedro Novais. O carro com Novais passaria para pegá-lo e os dois iriam ao aeroporto de Congonhas e voariam para Brasília. Ao ser avisado da prisão, Novais voltou para o hotel.

Por volta das 11 horas, Dilma soube que o ex-ministro do Turismo Luiz Barreto estava no P’alácio para uma solenidade. Barreto era o ministro em 2009, quando o convênio com o Ibrasi foi celebrado e um de seus principais colaboradores era Frederico Silva da Costa. Dilma mandou chamar Barreto e o interrogou. Como tinha de ir à solenidade, Dilma repassou então a tarefa de interrogar Barreto ao ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Ao meio-dia, o deputado Henrique Eduardo Alves convocou a bancada de deputados do PMDB na Câmara para receber o vice-presidente, Michel Temer. Na versão que chegou ao Palácio do Planalto, Alves defendeu a saída do ministro do Turismo, Pedro Novais, e o afastamento de políticos indicados pelo PMDB. O risco de um racha no governo foi contornado porque Dilma ligou para Temer e avisou que a operação nada tinha a ver com o ministro Pedro Novais. A pedido de Dilma, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, também telefonou para Novais. Mantido no cargo, Novais poderá agora explicar a liberação do dinheiro público para a reforma do Parque Mutirama, em Goiânia, cercada de suspeitas.