Do Imparcial
A maioria dos jogos do Campeonato Maranhense não desperta tanto o interesse do torcedor como acontece também em outros estaduais pelo Brasil. Mas em competições mais importantes a torcida mostra sua força e costuma ajudar o time do estado contra os adversários de outras localidades, assim é na Copa do Brasil e no Campeonato Brasileiro, independente da divisão. E aí, o Nhozinho Santos acaba ficando pequeno para a massa.
E sempre quando chega esse momento de euforia, a questão sobre o Estádio Castelão fica mais polêmica. Afinal de contas, qual o motivo de tanto demora na reabertura do estádio com capacidade para 85 mil torcedores, enquanto a outra praça esportiva da cidade não suporta mais de 17 mil.
Tão difícil quanto o futebol ficar sem o Estádio Castelão é conseguir informações precisas do órgão responsáveis pela obra. A Secretaria de Esporte e Lazer administra o estádio, já a obra é de responsabilidade da Secretaria de Infraestrutura do Estado. O secretário Max Barros, por meio de sua assessoria, não respondeu as questões levantadas por O IMPARCIAL. Limitou-se a divulgar: “A SINFRA ainda não vai se posicionar oficialmente sobre o assunto”.
Na secretaria de esportes, a assessoria informou que Joaquim Haickel está viajando e retorna apenas amanhã, mas declarações anteriores a imprensa disse que investimentos na ordem de R$ 50 milhões serão feitos ainda para concluir a obra que está em um local avaliado em R$ 2 bilhões. No início de 2011 disse também que parte da área do complexo poderia servir para construir locais para realizações de eventos, o que valorizaria ainda mais o complexo esportivo. Sobre a data de entrega do estádio, foi alterada deste ano para 2012, no aniversário de São Luís.
“No dia 8 de setembro de 2012, na comemoração dos 400 anos de São Luís, um jogo entre a Seleção Brasileira e a Francesa aqui no Estádio Castelão. Isto significa que o estádio estará reformado. O Castelão é prioridade”, declarou quando de sua posse na secretaria, que teve como palco, o próprio Castelão.
O Governo do Estado espera que com a reforma do estádio, São Luís possa ser uma sub-sede da Copa do Mundo de 2014. Local escolhido pela FIFA para as seleções treinarem. O Governo de Jackson Lago, o valor divulgado foi de R$ 44,7 milhões com prazo de entrega para dezembro de 2008, mas com a saída do governador do cargo, por decisão da Justiça, a obra não foi entregue. Logo que Roseana Sarney assumiu solicitou uma auditoria nas obras da administração anterior e desde então a obra se arrasta. O estádio está fechado desde 2004, quando foi detectado risco de desabamento.
Prejuízos
Bem na Copa do Brasil e prometendo fazer um bom Campeonato Brasileiro Série D, quem mais sofre com a falta do Castelão entre os times do estado é o Sampaio. No jogo em que venceu, por 3 a 2, o Santo André-SP, no Estádio Nhozinho Santos, o borderô apresentou uma das maiores rendas e um grande público dos últimos anos, no estádio. A renda da partida foi de R$ 232.800, com 12.880 pagantes. O público não pagante foi de 4.071. O público total foi de 16.951 torcedores.
O Sampaio destinou apenas 15% do que lhe coube para o pagamento das penhoras de dívidas trabalhistas, conforme liminar que conseguiu na Justiça.
Mas o Iape também sofreu com a falta de mais espaço para a torcida. O time enfrentou o Atlético Mineiro, fez bom jogo em São Luís e viu a “casa cheia”. Somando os três jogos pela Copa do Brasil deste ano, inclusive Sampaio e Sport (0 a 0), 48.546 torcedores compareceram ao Nhozinho Santos.