As investigações seguem em curso
A promotora de justiça Ana Carolina Cordeiro de Mesquita, do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), explicou como funcionava o esquema de desvio de verba parlamentar dos vereadores de São Luís.
Segundo a promotora, os próprios parlamentares apresentavam os projetos às entidades sem fins lucrativos. Em duas secretarias municipais eram firmados convênios, que continham as assinaturas do titular da pasta e do presidente da instituição.
Quando o recurso era liberado, o presidente da entidade sacava a verba e disseminava em depósitos em espécie, para evitar o rastreamento, nas contas do vereador, de assessores ou pessoas próximas ao parlamentar.
As investigações que culminaram com a Operação Véu de Maquiavel, deflagrada ontem (10), foram iniciadas em 2021 e apontam um esquema de R$ 6 milhões.
Além dos vereadores Aldir Júnior, Edson Gaguinho, Chaguinhas e Umbelino Júnior também são alvos da investigação os ex-vereadores Ivaldo Rodrigues e Silvino Abreu.
Três entidades estão envolvidas no esquema, sendo que duas, conforme explicou a promotora, não têm estrutura física e nem intelectual para funcionar. Funcionavam apenas para manter o esquema.
A Secretária Municipal de Cultura foi alvo de busca e apreensão porque não forneceu as prestações de contas solicitadas pelo Ministério Público. A outra pasta municipal envolvida é a de Segurança Alimentar, mas esta forneceu as informações requeridas.
O Ministério Público pediu o afastamento dos vereadores envolvidos na investigação, mas o pedido foi negado pela justiça. As investigações seguem em curso com todo material que foi apreendido.
Segundo a promotora, o esquema de desvio de verba parlamentar pode ter o envolvimento de mais vereadores de São Luís e de outras entidades também. Só uma das instituições investigadas, recebeu 18 emendas parlamentares.