Bomba: Fernando Sarney e o irmão de Olga Simão estão envolvidos em esquema de lavagem de dinheiro

Por Luís Pablo Política
 

Da Revista Época

Fábio Lenza

Houve mudanças em sete dos 12 cargos de chefia da Caixa. A antiga presidente, Maria Fernanda Coelho, pediu demissão após a quebra do PanAmericano, o banco do empresário Silvio Santos, de que a Caixa se tornara sócia. Ela era contra a operação, uma transação com características políticas, feita de cima para baixo. Todos os diretores contrários a esse negócio saíram. Mudaram-se os nomes, às vezes mudam-se as nomenclaturas dos cargos. O que não muda, porém, é a influência do PMDB no banco. Hoje, essa influência personifica-se em Fábio Lenza, o discreto vice-presidente de Pessoa Física da Caixa.

Lenza cuida das operações com cartões de crédito, mas já passou por outros cargos de chefia. É funcionário de carreira da Caixa, uma carreira que deslanchou no começo do governo Lula, graças, de acordo com executivos do banco, a um empurrãozinho especial: a família de Lenza tem ligações com a famiglia do presidente do Senado, José Sarney.

A secretária de Educação do Maranhão, Olga Simão, é irmão de Fábio Lenza.

Uma sobrinha de Fábio está empregada no gabinete do senador João Alberto, aliado de Sarney, no PMDB. A mulher de Lenza é gerente de relações parlamentares da Caixa.

O presidente do senado tem uma relação de amizade com Lenza há mais de 20 anos.

Assim que se tornou vice-presidente de Negócios da Caixa, em 2003, Lenza deu início a uma veloz e próspera trajetória como empresário.

Depois de poucos anos à frente de uma das áreas mais rentáveis do banco, Lenza levantou R$ 2,3 milhões de capital para abrir duas incorporadoras, que estão em nome dele e de sua família, e comprou 460 hectares em fazendas no entorno de Brasília.

Numa investigação recente, a Polícia Federal acusou Lenza de envolvimento em um esquema de “tráfico de influência” em várias áreas do governo.

Fernando Sarney

De acordo com a PF, esse esquema seria liderado por Fernando Sarney, filho do presidente do Senado. Os policiais afirmam que Lenza teria mantido, em março de 2008, uma reunião com a incorporadora Abyara na casa do senador José Sarney, em Brasília.

Nessa reunião, Lenza teria sido, segundo a acusação, orientado por Fernando Sarney a ajudar a Abyara a conseguir um empréstimo da Caixa em condições vantajosas. Não se sabe se a Abyara conseguiu o que queria, mas a empresa depositara, meses antes, R$ 2,4 milhões na conta pessoal de uma filha de Fernando Sarney.

O advogado Eduardo Ferrão, que defende Fernando Sarney, disse que não se manifestaria porque a investigação da PF corre sob segredo de Justiça.

Há mais coisas que não se sabem sobre a performance de Lenza na Caixa. Foi sob seu comando que se arquitetou uma operação suspeita, pela qual a Caixa abdicou, em 2007, de receber centenas de milhões de reais em créditos comprados dez anos antes, no âmbito do saneamento do sistema financeiro promovido no governo Fernando Henrique Cardoso.

O dinheiro devido à Caixa somava R$ 1,9 bilhão. Eram créditos comprados do banco gaúcho Meridional, estatizado no governo Sarney e privatizado no governo FHC.

A fazenda Manga Velha é uma das muitas propriedades compradas recentemente pelo vice da Caixa Fábio Lenza.

Trecho de relatório revela a intersecção entre o trabalho público de Lenza e o esquema que, segundo a PF, era comandado por Fernando Sarney

Um comentário em “Bomba: Fernando Sarney e o irmão de Olga Simão estão envolvidos em esquema de lavagem de dinheiro”

  1. Macabeu

    Parabéns Luis Pablo, aposto que esta revista não se encontra venda, aqui em São Luis ou no Maranhão todo, é praxe, numa reportagem a nível nacional envolvendo esta máfia, as revista sumirem das bancas, deixando nosso povo a ver navios, ficando sem conhecimento, destes fatos estarrecedor destes bandidos de colarinho branco, embora sendo invertigados, com esse tal de segredo de justiça, os meliantes continuam fazendo das suas peripécias na maior cara de pau.
    O crime compensa no Brasil, meu caro, mais uma vez PARABÉNS!

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