Gaeco diz que Josimar comanda quatro núcleos criminosos: político, “de laranjas”, empresarial e administrativo
O deputado federal Josimar de Maranhãozinho vem sendo apontado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate às Organizações Criminosas) do Ministério Público do Maranhão como um líder de uma organização criminosa que movimentou o montante de R$ 159.745.884,37 (cento e cinquenta e nove milhões, setecentos e quarenta e cinco mil, oitocentos e oitenta e oito reais e trinta e sete centavos).
A equipe do site do Luís Pablo teve acesso ao documento em que o Ministério Público diz que o parlamentar comandava quatro núcleos criminosos: político, “de laranjas”, empresarial e administrativo.
No documento diz que o núcleo político da organização criminosa teria sido formado por Maranhãozinho, apontado como líder do grupo, e pelos ex-prefeitos Valdemir Belo Amorim, José Auricéio de Morais e André Santos Dourado.
“Os quais, em tese, valendo-se de sua autoridade política e administrativa, na condição de chefes do executivo municipal, eram responsáveis por facilitar e permitir que as licitações realizadas pelas Prefeituras por eles chefiadas fossem fraudulentamente direcionadas em favor de empresas ligadas ao núcleo empresarial do grupo”, diz o trecho do documento.
A prática dos crimes de fraude à licitação, peculato, lavagem de capitais e outros, foi entre os anos de 2014 e 2018, nos municípios de Araguanã-MA, Carutapera-MA, Centro do Guilherme-MA, Maranhãozinho-MA, Pedro do Rosário-MA e Zé Doca-MA.
Segundo as autoridades, o grupo criminoso envolvia cerca de 40 pessoas, dentre elas sócios de empresas contratadas pelas municipalidades maranhenses ligadas a Josimar, bem como vereadores, funcionários da Assembleia Legislativa, funcionários públicos municipais e familiares do deputado.
Ainda segundo as autoridades, o grupo agia com objetivo de favorecer empresas ligadas ao núcleo empresarial da organização, bem como por meio da posterior transferência dos valores decorrentes desses contratos para outras empresas e para agentes políticos, servidores públicos e pessoas relacionadas a Josimar de Maranhãozinho e aos municípios contratantes.
“Dos valores transferidos, destaque-se que mais de R$ 500.000,00 (quinhentos mil) foram repassados diretamente ao parlamentar, fazendo dele a pessoa física que mais se beneficiou das verbas públicas supostamente captadas pela construtora”, diz no documento.