160 milhões de correspondências ainda não foram entregues
Após quase um mês de greve dos Correios, a empresa contabiliza cerca de 160 milhões de correspondências estocadas nas unidades em todo o Brasil. A estimativa da estatal é de que em alguns estados sejam necessários até 7 dias para regularizar a entrega desse estoque.
O vice-presidente de Recursos Humanos e Gestão dos Correios, Larry Almeida, afirmou nesta sexta-feira (7) que apenas os serviços prioritários estão sendo atendidos e cerca de 80% do efetivo permanece trabalhando.
Terminou sem acordo a audiência de conciliação realizada nesta sexta entre os trabalhadores e a diretoria dos Correios. Diante do impasse, o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), João Oreste Dalazen, determinou a abertura de dissídio coletivo que será julgado na próxima terça-feira (11). O acordo não foi possível porque os representantes dos funcionários não aceitam o desconto dos dias não trabalhados durante a greve.
“Sentimos [o impacto da greve] fortemente nas áreas operacionais onde teve maior adesão ao movimento. Nós estamos com operações contingenciais para dar andamento às correspondências. Existe em algumas localidades esse atraso mais acentuado, onde houve mais adesão. Nós temos unidades operacionais onde a adesão foi muito forte ao movimento. Então, nessas unidades abaixo de 40% de efetivo estão contrariando a decisão”, afirmou o representante dos Correios.
Na quinta (6), o presidente do TST havia determinado que 40% dos funcionários de cada unidade dos Correios voltassem ao trabalho nesta sexta. A Fentect terá de pagar R$ 50 mil por dia de multa caso a decisão seja descumprida.
De acordo com os Correios, das 7.486 unidades da empresa em todo o Brasil, 430 não cumpriram a determinação de ter um número mínimo de funcionários trabalhando. Por isso, a federação deve ser multada.
Segundo os Correios, 35 mil trabalhadores atuam no plano de contigência nos locais onde o serviço foi mais atingido pela greve.
“Claro que não tem a mesma produção do trabalhador que exerce aquela atividade no seu cotidiano, mas o esforço é muito grande e no fim de semana continuaremos a fazer os mutirões e fazemos um apelo muito grande para aqueles trabalhadores que estão se empenhando nas suas atividades normais para auxiliarem também no fim de semana”, disse o vice-presidente dos Correios.
A folha de pagamento dos Correios chega a R$ 6 bilhões por ano. Segundo a empresa, a proposta de reajustes apresentada pela Justiça do Trabalho nesta quinta, em busca de um acordo, teria um impacto de R$ 900 mil. Os Correios têm atualmente 110 mil funcionários com salário base de R$ 807.
Do G1