Do G1:

O presidente da Embratur, Flávio Dino, afirmou nesta terça-feira (3), por meio de sua assessoria, que pediu à Agência Nacional de Vigilância Sanitária que o Hospital Santa Lúcia seja investigado por suposto descumprimento de regulamentação que exige que cada Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) tenha um médico em dedicação integral.

O filho dele de 13 anos, Marcelo Dino, morreu um dia depois de ter sido internado na unidade de saúde com crise de asma.

Na representação, Dino afirma que foram verificadas várias irregularidades durante o tempo que o adolescente foi atendido no hospital, como indícios de não ter sido utilizado equipamento de intubação de largura adequada.

Também afirma que o frasco do aparelho de oxigênio quebrou e que a mãe do menino segurou a mangueira do equipamento para não interromper o atendimento.

A Anvisa não confirmou o recebimento da denúncia. O hospital informou que não foi notificado oficialmente da representação.

Em nota divulgada no dia 26 de março, o hospital disse que obedece às normas da Anvisa e que a médica não atendia simultaneamente duas UTI’s, como veiculado na imprensa. Segundo a unidade de saúde, a UTI Neonatal estava a cargo de outro especialista quando e ambas as Unidades de Terapia Intensiva e a Sala de Parto ocupam um espaço único no ambiente.

Depoimento

Em depoimento à polícia, a que a TV Globo teve acesso, a médica responsável pelo atendimento a Marcelo Dino teria dito que se ausentou por 40 minutos da UTI onde o menino estava internado e veio a morrer, no dia 14 de fevereiro. Ela contou que saiu às 5h30 para atender ao chamado de um colega que estava realizando um parto na sala ao lado da UTI.

Segundo o depoimento, o bebê nasceu às 5h50. Depois, por mais dez minutos, ela ficou na sala de reanimação do centro obstétrico para fazer exames clínicos no bebê. A médica disse que retornou para a UTI às 6h10 depois de ser chamada pela auxiliar de enfermagem, que relatou que Marcelo reclamava de falta de ar.

A mulher negou que tenha havido falhas no atendimento ao menino e diz que fez tudo o que pode para salvá-lo. Ela disse ainda que Marcelo morreu às 7h do dia 14 de fevereiro.