PF vai investigar ofensas nas redes sociais às vítimas da tragédia na Boate Kiss
Uma série e-mails denunciando comentários ofensivos em redes sociais sobre a tragédia na boate Kiss, em Santa Maria (RS), em que morreram ao menos 230 pessoas, chegaram ao Ministério Público. O órgão pediu à PF (Polícia Federal) uma investigação detalhada sobre o assunto.
Segundo o promotor Joel Dutra, as queixas dos internautas são “graves” e os comentários relatados “insensíveis”.
— Chegaram ao MP dezenas de e-mails de pessoas indignadas, em todo o Brasil, pedindo providências sobre o que está acontecendo nas redes sociais. Estão fazendo uma espécie de bullying cibernético, se é que pode chamar disso, com o que aconteceu na boate. Há um comentário, por exemplo, que veio do Rio de Janeiro em que falam, “estão fazendo churrasquinho em Santa Maria. Quero 4 kg”.
A Polícia Civil é quem deveria investigar as denúncias, mas como ela está empenhada no inquérito sobre o incêndio na casa noturna, o promotor pediu ajuda ao delegado Diogo Caneda, da Polícia Federal de Santa Maria, para apurar os fatos.
— O delegado aceitou investigar. A PF tem até mais estrutura para isso, já que são comentários escritos em todas as partes do Brasil. Isso, se a gente for analisar, aparenta algum aspecto criminal. Pelo menos uma injúria.
Segundo Dutra, é preciso que todas as esferas do poder se empenhem para que esse tipo de posicionamento em redes sociais seja punido.
— Toda liberdade tem limite. Precisa haver respeito com quem sente dor neste momento tão difícil. As autoridades precisam rever a questão das redes sociais.