Em entrevista, suspeito admite que acendeu rojão que matou cinegrafista
Ele falou com exclusividade à repórter Bette Lucchese, da TV Globo, nesta quarta (12), pouco depois de ser preso em Feira de Santana, na Bahia. Mas, para a polícia, o suspeito não confessou o ato e ficou calado, alegando que falaria apenas em juízo.
O auxiliar de serviços gerais de um hospital de Campo Grande, Zona Oeste do Rio, teve prisão temporária decretada na segunda (10), por suspeita de lançar o artefato que explodiu na cabeça de Santiago Ilídio Andrade — o cinegrafista da TV Bandeirantes morreu 4 dias depois.
Na entrevista, ele disse que não sabia que o objeto era um rojão, e sim um “cabeção de nego”, artefato de menor poder explosivo.
Perguntado se acendeu junto com Fábio Raposo, ele balançou a cabeça de forma positiva. Ele afirmou ainda que, depois da veiculação das imagens onde apareceria recebendo o rojão, teve medo de ser morto por “pessoas envolvidas nas manifestações”.
Ele pediu ainda desculpas pela “morte de um trabalhador, como ele próprio, sua mãe e seu pai”.
Na conversa, que foi ao ar no RJTV, Caio também disse que há jovens que são atraídos por terceiros a participarem do protesto: “Alguns vão aliciados sim, outros não”. Questionado sobre seriam os aliciadores, ele não deu detalhes. “Isso eu não sei dizer à senhora, a polícia tem que investigar”, acrescentou. Ele afirmou que políticos poderiam estar envolvidos.
Preso na Bahia – O suspeito chegou ao Rio às 8h42 desta quarta em voo comercial ao Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Zona Norte do Rio. Caio vestia uma camisa preta e desembarcou algemado.
O suspeito foi encaminhado para a Cidade da Polícia, conjunto de unidades policiais no Jacarezinho, Subúrbio do Rio. Ele deve ser encaminhado ao IML para exame de corpo de delito ainda nesta quarta.
Namorada – Caio contou após a prisão que pretendia fugir para a casa de um avô no Ceará, quando foi convencido por telefone pela namorada a se entregar à polícia na Bahia.
Três agentes da 17ª DP (São Cristóvão) acompanharam o delegado Maurício Luciano de Almeida e Silva e o advogado Jonas Tadeu. Homens da polícia baiana deram apoio à operação.
Caio se entregou em uma pensão próxima à rodoviária de Feira de Santana, a cerca de 100 km de Salvador. (Com informações do G1)
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