Boatos geram pânico em São Luís após onda de violência dentro e fora de Pedrinhas
A noite de quarta-feira (09/10) e manhã desta quinta-feira (10/10) foi de verdadeiro pânico e terror nas ruas e avenidas da Região Metropolitana de São Luís. Após a violência brutal na Casa de Detenção (Cadet), que culminou na morte de nove pessoas e deixou 20 pessoas feridas, bandidos atearam fogo em seis ônibus, em diversos bairros, e ainda tentaram incendiar outro no bairro Monte Castelo.
Na manhã desta quinta-feira, uma onda de boato espalhado pela Grande Ilha deixou ainda mais a população temorosa. A informação dizia que vários arrastões iriam acontecer no Centro, João Paulo, em shoppings, faculdades e escolas.
A partir das primeiras horas da manhã, pessoas começaram a reproduzir a informação através de redes sociais, mensagens de celular, ligações e boca-a-boca, fato que ajudou a espalhar o pânico com mais rapidez.
Faculdades e escolas suspenderam aulas, o comércio em geral fechou as portas e muitos boatos de arrastões, assaltos, disparo de tiros, arrombamento de lojas, invasão de colégios e universidades, assassinatos, depredação de ônibus, dentre outros crimes, conseguiram se espalhar de uma forma rápida por toda a cidade. No Renascença, nas proximidades do Tropical Shopping, policiais do Grupo de Operações Especiais (GOE), fizeram rondas em todo o interior do centro comercial e nos arredores da faculdade Uniceuma, mas não detectaram nenhum fato atípico.
A boataria chegou até a polícia que enviou efetivos para os pontos, onde estariam ocorrendo os crimes. Ao chegar aos locais, os PMs descobriam que nada estava acontecendo. Entretanto, por conta das falsas informações, houve muita correria, especialmente no João Paulo, Renascença e Centro da cidade.
Na Avenida São Marçal, no João Paulo, um dos principais centros comerciais da cidade, todos os lojistas e comerciantes resolveram fechar seus estabelecimentos, depois que um princípio de correria dava conta de que uma farmácia havia sido invadida por assaltantes e que os funcionários tinham sido feito reféns.
O gerente da loja Litoral Móveis, Fagner Câmara, de 33 anos, disse que quando ouviu a informação do possível assalto, foi até a porta da loja e se deparou com várias pessoas correndo na rua e até policiais correndo para averiguar o fato.
“Quando olhei até me assustei. Além do povo correndo, os policiais já vinham até com as armas em punho. Tudo levava a crer que estava tendo alguma coisa mesmo. Mas logo depois, os policiais voltaram dizendo que tudo não passava de boatos”, lembra o gerente.
Mesmo com a informação dos policiais de que não havia nada, Fagner disse que achou por bem, fechar a loja para resguardar os funcionários de a ação criminosa vir a se tornar real. Ele informou que a loja só seria reaberta na manhã desta sexta-feira.
Além dos comerciantes e lojistas, também camelôs e demais trabalhadores do comércio informal que trabalham na Avenida São Marçal, resolveram encerrar o dia de trabalho mais cedo, por conta do clima de insegurança que se instaurou na cidade nesta quinta-feira.
Também no bairro do João Paulo, o posto do Viva Cidadão paralisou o atendimento ao público mais cedo. Por volta das 11h, as portas foram fechadas. De acordo com a gerente do posto, Graça jacinto, a medida foi tomada para preservar os servidores e o público que busca atendimento diário no local.
“Muitos servidores ficaram assustados com esse clima de insegurança que tomou conta da cidade. Se eles não se sentem bem para trabalhar, nós não temos o direito de mantê-los trabalhando. Eles atuam na emissão de documentos, se trabalham com a saúde emocional abalada, com certeza não exercerão bem suas atividades e isso atinge até a população que busca atendimento aqui”, explicou.
Em entrevista coletiva no Palácio Henrique de La Roque, na manhã desta quinta-feira, o secretário de Segurança Pública, Aluísio Mendes, pediu que a população não entrasse em pânico, uma vez que a informação de crimes pela cidade, não passaram de boatos de pessoas que se aproveitaram do momento para espalhar medo. O secretário disse ainda que o serviço de inteligência da Secretaria de Segurança Pública irá investigar a origem da onda de boatos e que os culpados iriam pagar e que o efetivo de policiais nas ruas, será reforçado a partir desta quinta-feira.
“Quero transmitir para todos que não há motivo para pânico. Tudo passou de boatos e quem fomentou isso será identificado e pagará por esse crime. Porém, mesmo não tendo nada de concreto nesses boatos, vamos reforçar o policiamento nas ruas a partir de hoje (quinta-feira), especialmente no período da noite”, prometeu Aluísio Mendes. (Com informações do Imparcial)
10/10/2013 às 23:17
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