Juiz defende estado de emergência em sistema prisional do Maranhão

Por Luís Pablo Maranhão
 

Titular da 1ª Vara de Execuções Penais de São Luís, o juiz Roberto de Paula defendeu a decretação de estado de emergência no sistema penitenciário do Estado. A afirmação do magistrado aconteceu um dia após a rebelião na Casa de Detenção (Cadet) de Pedrinhas, em São Luís, onde nove pessoas morreram após confronto entre duas facções criminosas.

Juiz Roberto de Paula

Juiz Roberto de Paula

“É preciso a governadora baixar um decreto, declarando emergência no Estado e que sejam construídas de forma urgente unidades prisionais tanto na capital, como no interior. O sistema prisional entrou em colapso, então é preciso que haja, urgentemente, investimento na construção de unidades prisionais”, declarou o juiz.

O tumulto começou depois que agentes penitenciários descobriram um túnel em uma das celas, por onde fugiria, 65 detentos. Dentro, já havia até iluminação. Revoltados, os detentos quebraram grades e queimaram colchões.

Segundo a polícia, grupos rivais se encontraram e houve confronto. Aos poucos, os feridos, alguns baleados, foram retirados de dentro do presídio e levados para o hospital. Vários presos ficaram amontoados nas ambulâncias, que não foram suficientes. Alguns foram levados na carroceria de caminhonetes. A segurança teve que ser reforçada nos hospitais, onde a polícia teria impedido uma tentativa de resgate de presos.

Além dos nove detentos mortos, 20 presos ficaram feridos. Parentes passaram a noite em busca de informações. Um grupo chegou a atacar com pedras a entrada do presídio. A situação só foi controlada com a chegada do Batalhão de Choque.

Rebelião em Pedrinhas

Rebelião em Pedrinhas

Perto do presídio, um ônibus foi incendiado. Segundo a polícia, uma retaliação de grupos criminosos às mortes durante a rebelião. Foi o primeiro de uma sequência de sete ônibus incendiados na cidade.

Todos os presos foram transferidos da Cadet ao presídio ao lado. A Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap) disse que vai contratar mais 150 monitores para reforçar a segurança no Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

“Estamos iniciando um mutirão para que em cinco dias, no máximo, a gente consiga consertar não só a Cadet, e criar outras situações de contenção para garantir a integridade dos servidores e dos presos que voltarão para essa unidade”, explicou o secretário Sebastião Uchôa.

2 comentários em “Juiz defende estado de emergência em sistema prisional do Maranhão”

  1. cesar

    Uma noticia boa.vão liberar hoje 200 presos de pedrinhas para passar o dia das crianças em casa.em uma péssima hora!quantos desses devem voltar???

  2. Costa Neto

    Aprovo essa medida, mas junto com ela o crime de responsabilidade para a governadora porque essa situação persiste desde seu primeiro mandato e a Justiça não faz nada. Agora vem com esse cheque em branco para mais gastos desenfreados nesse mar de corrupção que se tornou o governo do Maranhão…

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