Valquíria Ferreira / Jornal Pequeno

O paraense Jhonatan de Sousa Silva, de 24 anos, assassino confesso do jornalista Décio Sá, deve acompanhar as audiências sobre o caso por meio de videoconferência. A informação foi fornecida na tarde de ontem (23), pelo promotor da 24ª Promotoria Criminal da capital maranhense, Luís Carlos Correia Duarte, durante uma coletiva, na sede das Promotorias; no entanto, o advogado de defesa do acusado, Pedro Jarbas, disse que tal medida vai prejudicar o julgamento do seu cliente e que vai recorrer da determinação.

O promotor de Justiça Luís Carlos Duarte alegou que a medida foi adotada devido ao custo alto para trazer Jhonatan Silva para acompanhar todas as audiências do Caso Décio Sá, que vão acontecer a partir do dia 6 de maio, no Fórum Desembargador Sarney Costa.

“É muito caro para o Estado trazer Jhonatan para participar de todas as oitivas. Ele vai acompanhar os depoimentos dos outros indiciados por meio de videoconferência e virá ao Maranhão, a pedido do Ministério Público, para prestar seu depoimento e ter direito à ampla defesa”, declarou.

O advogado de defesa de Jhonatan Silva, Pedro Jarbas, disse ter tomado conhecimento da decisão e afirmou à reportagem do Jornal Pequeno que o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) sugeriu à Secretaria de Segurança Pública (SSP) que Jhonatan acompanhasse a audiência por videoconferência e que, se o pedido não fosse acatado, o preso poderia retornar ao sistema penitenciário do Maranhão.

“O próprio Depen impôs ao Estado que Jhonatan acompanhe a audiência por videoconferência, alegando custo alto no deslocamento do Presídio Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, para o Maranhão e, ainda, que se o pedido não fosse aceito, meu cliente seria devolvido ao sistema penitenciário estadual”, denunciou.

O advogado Pedro Jarbas afirmou que seu cliente poderá ser prejudicado ao acompanhar a audiência à distância, devido à possibilidade de ruídos de comunicação, como a falta de qualidade na transferência de imagens e áudio, além de o suspeito não estar presente ao local onde os demais acusados podem acusá-lo de outros crimes.

“Não concordo com essa medida do Depen, porque prejudica a defesa. Faz com que o depoimento e a contradição de todos os envolvidos fiquem frios”, declarou.

Pedro Jarbas informou que vai tomar as medidas necessárias para que seu cliente esteja presente às audiências que vão ter início no próximo dia 6 de maio, no Fórum Desembargador Sarney Costa, no Bairro do Calhau. “Vou estudar quais providências devo tomar para reverter essa situação”, afirmou o advogado.