O aumento do índice de criminalidade na Região Metropolitana de São Luís tem uma relação direta com a crescente disputa entre facções criminosas rivais, que travam uma severa briga pelo controle do tráfico na Ilha. Os últimos atos criminosos registrados estão sendo atribuídos a dois grupos intitulados como Primeiro Comando do Maranhão (PCM) e Bonde dos 40, que agem até mesmo dentro das unidades prisionais do estado.

O último registro do embate entre essas duas facções aconteceu dia 1° deste mês durante a rebelião ocorrida no Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Na ocasião, dos três mortos, dois eram integrantes da facção Bonde dos 40 – e foram assassinados por outros do PCM assim que chegaram à unidade prisional.

As vítimas eram do Centro de Custódia de Presos de Justiça (CCPJ) do bairro Anil e tinham sido transferidas para a Penitenciária de Pedrinhas para atender a uma decisão judicial expedida pelo titular da 1ª Vara de Execuções Penais (VEP), juiz Carlos Roberto de Oliveira Paula.

Disputa – De acordo com o delegado Augusto Barros, responsável pela Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), ligada à Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP), as gangues rivais iniciam uma disputa entre si para ampliar os limites territoriais onde cada grupo age e, consequentemente, as suas lucratividades. Um reflexo dessa disputa é o aumento da criminalidade na capital, principalmente nos fins de semana, quando é registrada a maior quantidade de homicídios dolosos (quando existe a intenção de matar) e grande parte deles relacionados com o tráfico de entorpecentes.

“O que acontece aqui é o que ocorre em outras metrópoles. A disputa por território e por quantidade de bocas de fumo está dividindo grupos diferentes com interesses diferentes. E, nesse processo, eles se aniquilam uns aos outros, aumentando a rivalidade entre eles”, disse o delegado.

Ações – Ainda na opinião do delegado titular da Seic, além do reforço no policiamento, é necessário desenvolver ações em outras áreas para reduzir os índices de violência registrados na Grande São Luís.

“São ações ligadas à saúde pública, planejamento urbano e educação, que podem ser executadas a médio e longo prazos, que devem ser implementadas para criar perspectivas diferentes e tirar essa atração que a criminalidade e o dinheiro fácil trazem. Paralelamente, precisamos de um aumento no efetivo policial, principalmente para o policiamento ostensivo, e intensificar as investigações criminais no que diz respeito à guerra entre as facções”, disse Augusto Barros.

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Tanto a “Bonde dos 40” quanto o PCM tem ramificações em diversos bairros de São Luís. Além dessas duas, outras facções criminosas agem na cidade, como a Mensageiros do Inferno, Gangue da Proab e Anjos da Morte, que também disputam o controle do tráfico de drogas em São Luís. (Com informações do O Estado)