Operação Usura: mais três se entregam; agiota continua foragido
Do Décio Sá
Depois do prefeito de São João do Paraíso, Raimundo Galdino Leite, o Boca Quente, mais três pessoas que integravam a “organização criminosa” acusada de desviar mais de R$ 5,5 milhões dos cofres municipais, se entregaram nesta sexta-feira à Polícia Federal: o secretário conhecido por Lenizar (Planejamento), o também secretário Antonio Almeida e a contadora Maricélia.Eles resolveram se entregar para cumprir prisão temporária de cinco dias. A PF ameaçava pedir a preventiva de todos os foragidos. Com isso, aumentou para dez o número de presos na Operação Usura, deflagrada quarta-feira. Boca Quente prestou depoimento por cerca de 10 horas.
Continua foragido apenas o agiota Josival Cavalcante da Silva, o Pacovan. A PF esteve quarta-feira em Zé Doca após receber a informação que ele estava reunido com o prefeito Raimundo Sampaio, o Natim. O prefeito e seus secretários desapareceram da cidade.
Hoje os federais fizeram diligências em Bacabal na busca de Pacovan, mas ele não foi localizado. O agiota teria ligações também com o prefeito Raimundo Lisboa. Segundo a PF, ele movimentou em apenas dois anos cerca de R$ 25 milhões.
Veja como agia a quadrilha:
Em 2008 teriam sido pagos à empresa ÔMEGA CONSTRUÇÕES E REFORMAS LTDA. o valor de R$ 118.960,27 para a construção de uma Unidade Escolar no Assentamento de Minador Grande, zona rural de São João do Paraíso. Iniciada em meados de 2008, as obras foram abandonadas:
À empresa BARRA CONSTRUÇÕES LTDA., do mesmo grupo da ÔMEGA CONSTRUÇÕES, teriam sido pagos a construção de dois banheiros e uma cantina na Escola Ulisses Guimarães. A empresa teria recebido R$ 44.800,00 , embora nada tenha sido construído:
A empresa V. M. COMÉRCIO INDÚSTRIA E CONSTRUÇÃO CIVIL LTDA. uma “empresa de “fachada”, utilizada para encobrir desvios de recursos do Fundeb em 2009, teriam sido pagos mais de R$ 250.000,00 para supostos serviços de reforma em prédios escolares. Abaixo, foto do que seria o escritório da empresa em São João do Paraíso. Uma sala alugada que nunca funcionou: