Padres e quilombolas fazem greve de fome no Maranhão
Da Folha
Dois padres da CPT (Comissão Pastoral da Terra) no Maranhão e 17 quilombolas entraram em greve de fome nesta quinta-feira (9). O protesto é uma forma de pressionar pela presença da ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos) para tratar sobre a questão da violência contra líderes quilombolas no Estado.
Desde a sexta-feira passada, cerca de 40 comunidades de remanescente de quilombo do Maranhão ocupam a sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em São Luís.
“Estamos há dois dias tentando falar com a ministra dos Direitos Humanos e não conseguimos. Perdemos a paciência”, disse o padre Inaldo Serejo, coordenador da CPT no Estado e quem lidera o movimento. O outro padre que aderiu ao protesto é Clemir Batista da Silva.
Segundo a CPT, a lista de quilombolas ameaçados de morte no Maranhão aumentou de 52 para 59 nesta semana. A entidade diz que “nos últimos dias pelo menos duas lideranças quilombolas no estado sofreram tentativas de assassinato”.
O padre Serejo ressalta ainda que as últimas reuniões realizadas com representantes do Incra não avançaram. “Estamos reunidos há dois dias e nada é resolvido. A presidente Dilma deveria dar uma ordem à ministra para vir discutir a questão da segurança aqui, que piora a cada dia”, disse.
Ainda de acordo com Serejo, a greve de fome não tem data para acabar. “Vamos avaliar a situação de cada um, mas não vamos parar enquanto não conseguirmos conversar com a ministra”, conclui.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Direitos Humanos informou que há uma equipe em Brasília cuidando do caso. Disse, ainda, que a ministra já sabe do protesto e que ela “determinou que continue tratando a situação com prioridade e que, se for preciso, ela irá até o Maranhão”.