Recados são enviados metaforicamente todos os dias na Assembleia Legislativa. Depois de Tatá Milhomem dizer claramente que houve acordo para que todos os governistas destrancassem a pauta, chamando os faltosos de “infieis”, foi a vez de Rogério Cafeteira mandar o seu recado.

Cafeteira era o autor de um projeto que tramitava na Assembleia e que extinguia a possibilidade de reeleição do futuro presidente da Casa. Ele relembrou o “caso Ricardo Murad” e sua eleição garantida, que resultou em uma quebra de acordo e na eleição de Arnaldo Melo.

“Nessa votação ficou muito claro para nós que era uma votação que direcionava essa prerrogativa para que o deputado Ricardo Murad pudesse ser eleito e antes de ser eleito já tivesse exigido a prerrogativa da reeleição. E esta Casa assim aprovou. Nessa época o deputado Ricardo Murad, nosso colega, já se dava como futuro presidente da Casa, já tinha isso como certo e a gente sabe no que deu”, afirmou o parlamentar.

O deputado se disse surpreso com a rejeição de seu projeto na Comissão de Constituição e Justiça e questionou a decisão dos colegas. “Hoje, tive a surpresa, quando cheguei a Casa de saber que um projeto de minha autoria que extingue o instituto da reeleição foi negado na CCJ. E eu fiquei surpreso por dois motivos. O primeiro é que não existe nenhum razão legal para que ele não fosse admitido. Nenhuma. Até porque a Casa já votou, indo e voltando, esse mesmo assunto. Então se das outras vezes votou, por que agora ele não é mais admissível?”, questionou.

O parlamentar foi categórico e mandou um recado para o futuro presidente da Casa, que segundo as articulações de bastidores tem grandes chances de ser o deputado eleito Humberto Coutinho. Rogério Cafeteira disse que ele deveria “prestar atenção na história recente da Casa”.

“Mas, outra coisa me fez lembrar 4 anos passados, senhor Presidente, é que tem gente se achando já futuro presidente da Casa, e futuro presidente reeleito. Acho que esse pessoal devia prestar atenção na história recente desta Casa. Esta casa não se curvou, naquela época, à Governadora Roseana Sarney, que, se fizermos um paralelo, tinha muito mais poder, supostamente, muito mais poder do que o governo que aí vem se instalar”, declarou Cafeteira.

Para bom entendedor, meia palavra basta…