“Ela não tem preocupação com investigação”, diz Kakay sobre Roseana

Por Luís Pablo Brasil / Política
 

Estadão

Advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay

Advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay

O advogado da ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PMDB) afirmou que os precatórios pagos à Construtora Constran não ‘furaram fila’.

Em delação premiada à Polícia Federal, o doleiro Alberto Youssef, principal alvo da Operação Lava Jato, afirmou que pagou, em 2013, propina de R$ 3 milhões para João Abreu, então chefe da Casa Civil do governo Roseana para viabilizar o pagamento de um precatório de R$ 113 milhões da empreiteira.

“Eu acredito que a história surgiu muito antes do embate político local. O que acontece nessas delações muito grandes é que quando você abre a investigação, vai um monte de gente que não tem nada e tem o nome prejudicado. Ainda mais nesses casos de delação em que não tem controle, a pessoa fala o que quer, de quem quer, como quer”, argumenta o criminalista Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.

Para liberar o pagamento, na frente de outros títulos dessa natureza, assessores de confiança de Roseana teriam cobrado propina. O precatório no valor de R$ 113 milhões seria vendido por R$ 40 milhões, e o governo do Maranhão participaria da negociação, por meio de um fundo de investimentos e pagamento de propina.

“Esse precatório não furou a fila. Ele era o primeiro da fila. Ela não participou em nenhum momento do pagamento de precatório, nem é função de uma governadora participar. Tudo isso foi levado pela parte técnica. Tinha sempre a Procuradoria junto e foi uma questão homologada pelo juiz. “Se nesse caminho, houve alguma coisa irregular, é uma surpresa enorme. Ela acredita que o João é um cara sério, tanto é que foi secretário da Casa Civil dela, não tem porquê duvidar dele”, disse o advogado.

Roseana Sarney nem aí para investigação que grupo de Flávio Dino tenta incriminá-la

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Atualmente, Roseana passa temporada nos Estados Unidos com o marido, os filhos e netos. Ela está fazendo um curso de inglês com seis meses de duração. Acompanha de forma tranquila o andamento das investigações, segundo o criminalista.

“Se acontece alguma coisa no Estado dela, é natural que façam investigação. É claro que é uma coisa desagradável, mas ela não tem preocupação com investigação”, afirmou.

Na delação, Youssef afirmou ainda que Adarico Negromonte, irmão do ex-ministro de Cidades Mário Negromonte, e Rafael Ângulo Lopes – carregadores de malas do esquema desbaratado na Petrobrás – e uma terceira pessoa levaram duas parcelas de R$ 800 mil reais do montante.

O doleiro contou também que ele mesmo levou outra parcela de R$ 1,4 milhão “o qual ele entregaria na data em que foi preso”, em um hotel em São Luiz (MA), no dia 17 de março do ano passado. O doleiro afirmou não saber se João Abreu consultou a então governadora Roseana Sarney, que deixou de ter direito a foro privilegiado. Youssef diz, porém, que o chefe da Civil afirmou ser interesse do Estado “pagar essa dívida”.

Sucessor. Na terça-feira, 27, a Secretaria de Transparência e Controle do Estado do Maranhão decidiu interromper o pagamento do superprecatório das empreiteiras do cartel alvo da Operação Lava Jato.

Em ofício à Justiça Federal no Paraná, o órgão pediu compartilhamento das informações referentes às supostas irregularidades cometidas pelo governo de Roseana Sarney (PMDB) – que deixou o cargo 21 dias antes do fim de sua gestão, em dezembro do ano passado alegando problemas de saúde – “no que diz respeito à irregular quitação de um precatório devido à empresa UTC/Constran”

Ao autorizar o compartilhamento dos documentos, o juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Lava Jato, ressaltou que Roseana não desfruta mais de foro privilegiado.

O magistrado afirma ainda que o compartilhamento dos dados poderá servir tanto ao governo do Maranhão como à Justiça Estadual do Maranhão. Hoje, o governo do Maranhão, hoje sob gestão de Flávio Dino (PCdoB) – que derrotou Edison Lobão Filho (PMDB), candidato da família Sarney.

3 comentários em ““Ela não tem preocupação com investigação”, diz Kakay sobre Roseana”

  1. vitorioso

    Se não tem preocupação porque contratou ele?

  2. lisa

    Rosengana continua tentando enganar o povo………….

  3. Justiça já

    Alguém acredita mesmo que, concluso o inquérito policial, e supondo que o promotor ofereça a denúncia (façanha), o judiciário não se curvará de joelhos diante dessa quadrilha? Ela escolheu a dedo quase todos os desembargadores que compõe o TJ. Esse processo trilhará um trajeto labiríntico típico das ações que envolvem ricos e poderosos nessa terra de ninguém. A justiça maranhense não tem a isenção necessária para condená-la, independentemente do trabalho da polícia. O que vai pesar é o compadrio, a influência política. Essa família ainda não foi banida. É a oportunidade histórica que o TJ vai ter pra, de fato, mostrar que merece respeito, a nível nacional, pois o país inteiro espera que sejam colocados panos quentes nesse eventual processo.

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