Saída de Padilha é alerta para governo
Padilha não compareceu à reunião da presidente com os ministros representantes dos partidos aliados, num primeiro sinal de que estaria se afastando do governo. À noite, pediu audiência ao ministro-chefe da Casa Civil, Jacques Wagner, para apresentar sua demissão. Não foi atendido (o ministro alega que não foi informado do pedido de encontro), então Padilha decidiu protocolar a carta de demissão. O Palácio do Planalto ainda não confirma o pedido.
O governo já trabalhava com um PMDB dividido. A ala de Cunha claramente é contrária a Dilma. A surpresa momento é a postura do vice Michel Temer, que está marcando posição mais distante das ações políticas do governo. A ausência de Temer na reunião com ministros nesta quinta foi um sinal.
É interesse do grupo de Temer deixar claro esse distanciamento. Por isso, o grupo tem feito questão de desmentir frases atribuídas a ele. Aliados do vice também têm difundido que ele ficou 20 minutos em conversas com a presidente nesta quinta e não deu conselhos jurídicos para ela. Na conversa, segundo o grupo de Temer, ele apenas disse que Dilma cumprisse o papel institucional e enfrentasse o processo de impeachment sem bater de frente com Cunha.