A influência da advogada Edna na Prefeitura de Cândido Mendes
A advogada Edna Maria Cunha de Andrade exercia até ontem forte influência na Prefeitura de Cândido Mendes, comandada pelo prefeito Mazinho Leite.
Tanto Edna quando Mazinho foram alvo da Operação Cabanos, deflagrada na quarta-feira (19) pela Polícia Civil e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate às Organizações Criminosas). Somente o prefeito foi preso (mais detalhes aqui).
Apesar de não ter sido presa na operação, a advogada já é conhecida das páginas policiais. Em fevereiro do ano passado, ela foi presa por suspeita na morte do marido Romerson Robson, então secretário de Saúde em Cândido Mendes (relembre do caso aqui).
Segundo o delegado Guilherme Sousa Filho, a advogada tinha um caso com o prefeito. “A investigação apurou que o Mazinho Leite tinha um relacionamento extraconjugal com a procuradora do município, Edna Maria. Com isso, os investigados supostamente arquitetaram a morte do Romerson”, disse.
Na Operação Cabanos, que foi resultado de uma Ação Civil Pública proposta pela Promotoria de Justiça de Cândido Mendes em junho de 2018, chamou à atenção a ingerência na gestão municipal de um grupo capitaneado por Edna.
A advogada tinha na folha da prefeitura duas tias, uma irmã e um sobrinho, todos lotados no cargo de “assessor comunitário”. Em pesquisa à legislação municipal, verificou-se que não existe tal cargo.
Durante as investigações foi descoberto também que a advogada Edna era proprietária da empresa E. M. C de Andrade Locadora de Equipamentos Médicos e Laboratoriais, que assinou contrato com o Município em março de 2013, no valor de R$ 943.200,00.
“Salta aos olhos a influência exercida pela sra. Edna Maria Cunha Andrade, que até bem pouco tempo não exercia qualquer cargo na gestão municipal, embora desde o ano de 2013, início do primeiro mandato, desfrute de elevada influência no âmbito da Prefeitura, possuindo posição proeminente na tomada de decisões atinentes à administração do município desde as mais elementares até as mais complexas, como as relativas a orçamento, finanças, gestão de pessoas e contratação de serviços terceirizados”, disse o promotor Marcio de Oliveira.