Helicóptero da polícia do MA está parado há dois anos por falta de manutenção
Um helicóptero da polícia, de última geração, que custou R$ 15 milhões, está parado há dois anos por falta de manutenção. Enquanto isso, o governo do Maranhão paga aluguel de outras aeronaves.
A aeronave está quebrada há mais de dois anos e desde o ano passado está desmontada numa oficina em São Paulo. O helicóptero foi pago a metade pelo Governo do Estado e a outra veio de um convênio com o Governo Federal.
A aquisição foi em 2010, e o EC-145 era considerado o mais moderno na área de segurança pública. A polícia maranhense foi a primeira da América Latina a adquirir uma aeronave como essa.
O EC-145 tem capacidade para voos noturnos, pode levar até 12 policiais em operações e chega a 300 quilômetros por hora. Ele é capaz de percorrer um canto a outro do Maranhão sem reabastecimento e tem capacidade para socorrer até duas pessoas, funcionando como UTI móvel. Daí a importância do helicóptero para a segurança pública.
Desde que o helicóptero sumiu dos céus maranhenses, o Governo do Estado mantém alugados outros três helicópteros, que estão atuando na área da segurança pública.
São aeronaves bem menores, com menos capacidade de operação e que já custaram aos cofres públicos quase 32 milhões de reais em aluguéis, desde 2018. Ou seja, em 2 anos, já se gastou o dobro do valor que o EC-145 custou ao governo.
O EC-145 está num hangar em Osasco, na região metropolitana de São Paulo, que pertence a HBR Aviação, empresa de manutenção de helicópteros.
O governo do Maranhão chegou a empenhar R$ 670 mil, ou seja, reservou esse valor para pagar o conserto da aeronave entre 2018 e 2019, mas só pagou R$ 237 mil à empresa no ano passado. Mas o helicóptero continuou parado. Neste ano, nenhum pagamento foi registrado no Portal da Transparência do governo estadual.
Para o tenente-coronel Josilei Albino, que é consultor em aeronaves usadas por forças policiais, deixar um helicóptero como este parado por tanto tempo é um desperdício.
Por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP) informou que o helicóptero, de propriedade do Estado do Maranhão, foi adquirido através de convênio com o Governo Federal no ano de 2010 e passou a apresentar problemas de funcionamento ainda no ano de 2012, após ser submetido à manutenção.
A SSP afirmou que foi realizada uma inversão na posição dos motores, problemas esses que perduraram nos anos subsequentes e que ocasionaram grande indisponibilidade operacional da aeronave em questão.
Ainda segundo a Secretaria de Segurança Pública, na atual gestão foram envidados esforços para que o problema fosse resolvido e a aeronave disponibilizada para voos sem restrições, tendo sido encaminhada para empresa de manutenção sediada em Osasco-SP, no dia 21 de janeiro de 2019.
“Foram então iniciados serviços de manutenção preventiva e corretiva, que não haviam sido concluídos em virtude da impossibilidade de pagamento da totalidade das faturas, haja vista crise orçamentária que afetou todos os estados da federação. Cabe lembrar que mesmo com a brusca elevação das cotações do dólar, moeda na qual são estabelecidos os valores praticados na manutenção aeronáutica, a Secretaria de Segurança Pública tem cumprido cronograma de pagamento dos débitos relacionados ao EC 145, que tem previsão de retorno às operações no início do mês de outubro do ano em curso”, alegou a Secretaria de Segurança Pública.
Em relação aos gastos com locação de helicópteros, que poderiam ser reduzidos com a utilização do EC145, a SSP afirmou que as três aeronaves locadas, modelo AS350B2 (Esquilo), que estão distribuídas nas bases de São Luís, Imperatriz e Presidente Dutra, são os helicópteros monomotor de pequeno porte mais utilizados em missões de segurança pública e defesa civil no mundo.
“Pela sua versatilidade e agilidade, o que é comprovado pelos excelentes resultados obtidos no nosso estado. No entanto, os Esquilos são aeronaves que operam apenas em condições visuais de voo e,portanto, são destinadas a atividades distintas do EC145, que é uma aeronave de médio porte, bimotor, que voa por instrumentos em condições críticas de visibilidade e que tem maior capacidade de transporte, tendo naturalmente custo operacional maior e realizando missões para as quais os Esquilos não são adequadamente equipados e homologados”, declarou a Secretaria.
A SSP finalizou dizendo que os dois tipos de aeronave devem ser empregados de forma complementar.
(Com informações do G1MA)