Deputado diz que pegou empréstimo de R$ 200 mil de Josimar; PF suspeita que dinheiro é fruto de corrupção
Investigado por suspeita de participação num esquema de desvio de emendas parlamentares, o deputado federal Pastor Gil (PL-MA) afirmou em depoimento à Polícia Federal que tomou um empréstimo de R$ 200 mil com o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL-MA), outro alvo do mesmo inquérito. A PF apura se o dinheiro é proveniente dos supostos crimes pelos quais os parlamentares são acusados.
Ambos foram alvo de busca e apreensão no dia 11 do mês passado. Eles entraram na mira de um inquérito que investiga a existência de uma rede de corrupção que também envolveria prefeitos e um agiota.O esquema funcionaria da seguinte forma: os deputados pegavam empréstimos com um agiota ligado ao grupo e em vez de quitarem as dívidas com recursos próprios, os parlamentares indicavam prefeitos de cidades para onde eles haviam destinado verbas da união, por meio de emendas. O agiota, então, cobrava desses prefeitos os valores que repassou aos deputados. Além de Pastor Gil e Maranhãozinho, outro deputado do PL, Bosco Costa (SE), consta entre os investigados do caso.
O depoimento de Pastor Gil ocorreu no último dia 28 e está sob sigilo. Questionado se havia recebido alguma transferência bancária de Josimar de Maranhãozinho, Pastor Gil alegou que pediu dinheiro emprestado ao colega. “O empréstimo foi para comprar um terreno, em 2020”, afirmou.
Perguntado se já havia pago o empréstimo, Pastor Gil disse que “antes de ser eleito teve um acidente, de forma que entrou no mandato muito apertado e ainda não conseguiu pagar”. Ele afirmou apenas que “pretende pagar”.
Pastor Gil contou ainda que, após ter sido eleito, aproximou-se de Josimar Maranhãozinho para aprender com o colega. Alegou que buscou orientações sobre a atividade parlamentar, já que ele era um dos líderes do seu partido. Disse ainda que parte dos ensinamentos estava relacionada a destinação de emendas.
O deputado, entretanto, afirmou que jamais embolsou dinheiro proveniente das emendas. “Ninguém cobrava do declarante valores para desburocratizar a captação e a destinação das emendas”, afirmou Pastor Gil.
(Com informações de O Globo)