Israel interessado em Alcântara?
A edição desta semana da revista “Space News” traz uma interessante reportagem, intitulada “Israel Eyes Overseas Launch of Next Ofeq Spy Satellite”, sobre as alternativas consideradas pelo governo israelense para o lançamento de seu próximo satélite “espião”, o Ofeq-10.
Para evitar sobrevoar territórios de países considerados inimigos, os lançamentos espaciais feitos pelo país hebreu são executados no sentido oeste, sobre o Mediterrâneo, não se aproveitando, portanto, da rotação terrestre (de oeste para leste). Estima-se que esta trajetória implicaria perda de até 40% da capacidade de satelitização do foguete usado nas operações, o Shavit.
Curiosamente, dentre as alternativas analisadas, o texto cita o Centro de Lançamento de Alcântara – CLA, no Maranhão, e dá a entender que a ideia seria operar o pequeno lançador Shavit, fabricado pela estatal IAI, a partir do Brasil.
De acordo com a reportagem, citando oficiais do Ministério da Defesa israelense, o interesse de Tel Aviv reuniria uma necessidade do governo (a de ter o satélite em órbita) com uma estratégia comercial, uma vez que o mercado aeroespacial e de defesa sul-americano tem se tornado bastante atraente.
“É um mercado alvo com enorme potencial, não apenas no país, mas no restante da região”, afirmou a fonte.
O uso do centro de Alcântara poderia estimular e ampliar os laços comerciais entre os dois países, levando a uma possível compra pelo Brasil de satélites ou serviços de satélites de firmas israelenses.
Histórias sobre a eventual operação do Shavit em Alcântara, no entanto, não é uma novidade. Em meados de 2003, foram publicadas na imprensa internacional algumas notícias dando conta sobre um possível acordo entre o Brasil e Israel para a operação do foguete a partir da base de Alcântara.
Apesar de discussões na época, o acordo, que envolveria outros tópicos de cooperação no campo espacial não avançou.