Acusada de esquemas de corrupção, cúpula do PR é cortejada para alianças

Por Luís Pablo Brasil
 

Pouco mais de três meses após a crise no Ministério dos Transportes, que defenestrou a cúpula do PR da máquina pública federal sob a acusação de corrupção, licitações fraudulentas e sobrepreço em contratos, o Partido da República virou “alvo de cobiça” das maiores legendas do país. E o interlocutor preferencial é o deputado Valdemar Costa Neto (SP), apontado pelo Palácio do Planalto como mentor dos supostos desvios detectados na pasta, no Dnit e na Valec, estatal criada para administrar o setor de ferrovias.

Há duas semanas, o Conselho de Ética da Câmara decidiu não abrir processo contra Valdemar por conta da acusação de cobrança de propina na Feira da Madrugada, em São Paulo. Mesmo assim, PT e PMDB, sem qualquer constrangimento, procuraram Valdemar em busca de apoio para as eleições municipais de 2012. As conversas estão sendo travadas por representantes graúdos dos dois partidos. No caso do PT, o interlocutor inicial é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em busca de apoio para a candidatura do ministro da Educação, Fernando Haddad. Já pelo PMDB, o papel é exercido pelo vice-presidente, Michel Temer.

As negociações com o PT levam em conta dois pontos: além do apoio direto a Haddad, Lula quer neutralizar o desejo do PR de apoiar a senadora Marta Suplicy — que ainda não desistiu de disputar as prévias internas. O suplente da senadora é o vereador Antônio Carlos Rodrigues, filiado ao PR. Caso Marta vença a eleição, os republicanos teriam mais um senador em Brasília.

Já Temer está empenhado em viabilizar a candidatura do deputado federal Gabriel Chalita. Recém-filiado ao PMDB, ele é visto como a grande chance para o partido voltar a ter um mínimo de representatividade no maior estado brasileiro.

Correio Braziliense

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