Entidades médicas emitem nota conjunta sobre agravamento da pandemia no MA

Por Luís Pablo Cidade
 

Em carta conjunta e aberta à população, três entidades médicas do Maranhão se posicionaram sobre o agravamento da pandemia de Covid-19 no Estado.

Conselho Regional de Medicina do Maranhão (CRM), Associação Médica do Maranhão (AMB) e Sindicato dos Médicos do Maranhão (SINDED) trazem na missiva seis recomendações de conduta dirigidas aos maranhenses r ao poder público como forma de evitar o iminente colapso do sistema de saúde.

Ainda na nota, as três entidades declaram insatisfação com o poder público, tanto a nível municipal quanto estadual, por não terem sido parte das tratativas para definir medidas de enfrentamento à pandemia.

Confira a nota na íntegra:

NOTA CONJUNTA ENTIDADES MÉDICAS – COVID-19

Considerando a atual situação epidemiológica da pandemia no Estado do Maranhão, com aumento crescente e exponencial de casos e com grande quantidade de casos graves e óbitos;

Considerando a altíssima taxa de ocupação de leitos de enfermaria e UTI, de hospitais públicos e privados, nos colocando na iminência de um colapso na oferta desses serviços essenciais de saúde;

Considerando a circulação de novas variantes virais, mais agressivas e com maior potencial de transmissibilidade entre nós, como já atestado pela Secretaria de Estado da Saúde em recente Nota;

Considerando a necessária integração e articulação entre as instituições e o poder público, em todos os níveis, como principal estratégia de enfrentamento da pandemia, na hora presente;

As entidades Médicas aqui representadas pelo Conselho Regional de Medicina do Maranhão, pela Associação Médica do Maranhão e pelo Sindicato dos Médicos do Maranhão, vem a público, através desta Nota Conjunta, recomendar o que se segue:

1. Recomendar à toda a população, indistintamente, que utilize máscaras de proteção, mantenham distanciamento social e higienizem as mãos continuamente. Estes gestos simples salvam vidas! 2. Recomendar ao poder público, sobretudo as gestões municipais, que ofertem às suas populações, serviços ambulatoriais e leitos de estabilização para pacientes com síndromes gripais, antecipando a avaliação de risco desses pacientes;

3. Recomendar às Unidades Hospitalares que melhorem seus serviços de notificações do agravo e das síndromes respiratórias agudas graves, de modo que se mantenha a maior transparência possível no perfil de agravamento do número de casos e de óbitos;

4. Recomendar ao poder público, a adoção de medidas restritivas em caso de iminência de saturação de leitos de UTI na rede pública e privada, de modo a evitarmos o colapso da rede para a grande maioria da população do Maranhão, que se utiliza exclusivamente dos hospitais do SUS no Estado. Adoção destas medidas deve ser precedida de análise criteriosa de indicadores epidemiológicos, capacidade da rede de atendimento e impactos sociais e econômicos;

5. O enfretamento desta situação requer o envolvimento e participação das Entidades Médicas aqui representadas (até agora não convocadas para essa missão) junto aos órgãos municipal e estadual de saúde para implementar as mudanças necessárias para a reversão desse quadro tão adverso;

6. Reafirmar o compromisso da classe médica e, por extensão, de todos os profissionais de saúde, com a defesa da vida e da saúde da nossa população e com a dignidade do exercício profissional, que nos mantém na luta e na linha de frente dessa batalha. Venceremos!

Abdon José Murad Neto – presidente do CRM-MA

José Albuquerque de F. Neto – presidente da AMM

Adolfo Silva Paraíso – presidente do Sindmed-MA

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