Vigilante é preso pela morte do advogado Brunno Matos

Por Luís Pablo Crime
 

Imirante.com

A Polícia Civil cumpriu, nesta terça-feira (21), o mandado de prisão preventiva contra João José Nascimento Gomes, pela morte de Brunno Eduardo Matos Soares e as tentativas de homicídio contra Alexandre Matos Soares e Kelvin Kim Shiyangue, no dia 6 de outubro, após a festa de comemoração pela eleição do senador Roberto Rocha, no bairro do Olho d’ Água.

Segundo o delegado Márcio Dominici, que presidiu a operação, o vigilante foi preso em casa, na Vila Janaína, e não reagiu. Agora, a comissão criada pela Delegacia Geral da Polícia Civil, composta pelos titulares da Delegacia de Homicídios, Jeffrey Furtado e Guilherme Sousa Filho, e do 7º Distrito Policial, Márcio Fábio Dominici, vai reinquirir o vigilante, para tentar esclarecer o crime.

Advogado Brunno Matos

Advogado Brunno Matos

João, que era vigia do bairro onde aconteceram os fatos, procurou a polícia no dia 15 de outubro onde se acusou de ser o autor dos crimes. Em depoimento ao delegado Márcio Dominici do 7º DP, responsável pelo inquérito, o vigilante relatou que percebeu uma confusão e, ao tentar intervir, acabou cometendo o crime. João alegou que tentou defender Carlos Humberto Marão, que estava sendo agredido.

Suposta coação

Na última sexta-feira (17), a mãe do vigilante João José Nascimento Gomes procurou a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Maranhão (OAB-MA) e relatou que o filho estava sendo coagido a se incriminar.

Nessa segunda-feira (20), João José Nascimento Gomes, também, procurou a OAB para informar que foi coagido a assumir os crimes. O vigilante pediu segurança e a devolução da quantia de R$ 4.900 que teria sido paga ao advogado Hadaiar Matões Rodrigues Neto.

Segundo ele, o advogado o coagiu e exigiu que ele afirmasse ao delegado Márcio Dominici, durante o seu interrogatório no dia 15, que tinha sido ele o autor dos golpes de faca que mataram o advogado Brunno e vitimaram Alexandre Matos e Kelvin Kim Shiyangue.

O advogado, contratado por João José Nascimento Gomes, teria dito que ele não iria ser preso em uma das unidades de Pedrinhas e que responderia pelos crimes em liberdade. “O advogado só iria me defender caso eu afirmasse ser o autor do crime e não iria ficar preso em Pedrinhas”, afirmou o vigilante.

Em entrevista à Rádio Mirante AM, nesta terça-feira (21), o advogado Hadaiar Matões Rodrigues Neto negou as acusações do vigilante e de sua mãe. Hadaiar afirmou que vai ingressar na Justiça com uma queixa-crime por denunciação caluniosa.

O advogado Antônio Pedrosa, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-MA, em entrevista à Rádio Mirante AM, disse que o vigilante deu outra versão sobre a sua participação no dia dos crimes. Segundo Pedrosa, João José disse que fazia a ronda da rua e percebeu um tumulto e foi averiguar. No local, ele viu Carlos Humberto Marão Filho em confronto físico com umas cinco pessoas, trocando socos e pontapés. O vigia afirma que, ao ver a ação tentou separar a briga, mas ouviu Marão gritar para que ele pegasse a cadela que havia fugido.

João José alega que foi atrás do animal e, minutos depois, percebeu que sua faca havia sumido. O vigilante disse à Comissão que ficou sem saber se a faca tinha caído ou sido tirada de sua cintura sem ele perceber. João disse que voltou ao local da confusão para procurar sua faca, mas quando chegou lá viu que sua faca tinha sido usada para esfaquear algumas pessoas. Com medo de ser incriminado, ele fugiu do local.

O vigilante afirma que não viu quem cometeu os crimes. Sobre a presença de Diego Polary, que foi apontado por duas vítimas como sendo o autor das facadas, João afirma que não o viu no local.

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