Que bacana, Regina Rocha! MP paga diárias de manifestantes do Maranhão

Por Luís Pablo Maranhão
 

Jailton de Carvalho / O Globo

O Ministério Público do Maranhão pagou diárias para promotores e procuradores que viajaram a Brasília para participar de um protesto da categoria contra a PEC 37, na quarta-feira da semana passada, no Congresso Nacional. Pelo menos 34 promotores e três procuradores, inclusive a procuradora-geral de Justiça Regina Rocha, receberam diárias que variam de R$ 690 a R$ 830, de acordo com os salários dos promotores e procuradores.

Procuradora-geral Regina Rocha

Procuradora-geral Regina Rocha

O valor de uma diária para viagens interestaduais corresponde a um dia de salário dos integrantes do Ministério Público. Promotores e procuradores estão se articulando desde o início do ano para impedir que a Câmara aprove a Emenda Constitucional 37, que exclui o Ministério Público das investigações criminais. Pela proposta do deputado Lourival Mendes (PTdoB-MA), a competência para conduzir investigações desta natureza seria exclusiva das polícias civis e Federal.

A partir deste movimento, promotores e procuradores entregaram ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), quarta-feira passada, uma carta em que pedem para que a PEC não seja aprovada.

A promotora Fabíola Ferreira, secretária Institucional do Ministério Público do Maranhão, confirmou o pagamento das diárias para os promotores e procuradores que viajaram a Brasília. Mas negou que o grupo tenha viajado com a missão de participar de um protesto. Segundo ela, promotores e procuradores receberam diárias para participar do 1º Simpósio Nacional contra Impunidade, um encontro que teria reunido mais de três mil integrantes do Ministério Público, em Brasília.

— Foi concedida apenas uma diária com base na Lei 013/91, artigo 130. A lei permite o pagamento de diárias para quem viaja para participar de seminários e simpósios. Eles foram participar de um simpósio — disse a promotora.

Cópia de uma das portarias de autorização das viagens, obtida pelo GLOBO, contradiz a promotora. Pela portaria número 2177/22013, relacionada à viagem de uma das promotoras, diz que ela receberia diária “em face do seu deslocamento para participar da Mobilização Nacional contra a PEC 37 a ser realizada em Brasília/DF, no dia 24 de abril de 2013”.

A portaria foi assinada por Joaquim Henrique de Carvalho Lobato, procurador-geral de Justiça em exercício.

— Essa matéria é só sobre os promotores do Maranhão? — perguntou a promotora Fabíola ao repórter do GLOBO.

A promotora argumenta que mais de três mil promotores e procuradores de todos os estados viajaram a Brasília. Ela não soube dizer, no entanto, se os colegas dos outros estados também receberam diárias.

A manifestação em Brasília não foi o primeiro protesto de promotores e procuradores contra a PEC 37. No dia 9 deste mês, promotores promoveram uma operação em 12 estados para chamar a atenção das autoridades do país. A operação resultou na prisão de 90 pessoas.

4 comentários em “Que bacana, Regina Rocha! MP paga diárias de manifestantes do Maranhão”

  1. MARCOS PAULO

    amigo blogueiro.

    essa pec é uma afronta ao estado democrático de direito e está sob suspeita. as camara municipais estão se manisfestando contra ..a camara de Rosário-ma já se manifestou contra; acompanhe
    http://bacabeiraemfoco.blogspot.com.br/2013/04/rosario-mocao-de-repudio-contra-pec-37.html

  2. josecreudo rocha

    VERGONHA. Estes sao os defensores da moral e da ética? Esses Promotores que se julgam acima das leis deveriam cumprir com suas obrigações e não ficar gastando verba publica indecentemente. Depois ainda querem fazer o trabalho da polícia. Diga SIM a PC 37….. e coloque os Promotores no seus devidos lugares.

  3. Maranhense Consciente

    Sou contra a PEC 37 da forma como está alçada, e fico mais indignado como o Ministério Público do Estado do Maranhão direciona suas verbas. As verbas administradas por nossa digníssima Procuradora Geral de Justiça deveriam ser precipuamente direcionadas para melhor atender nossa comunidade, fomentar uma estrutura de combate a corrupção, tráfico de drogas, agiotagem, dentre outros pontos de grande relevância social. Por outro lado, a população vê uma estrutura combalida e descuidada, prova disso, é a dita sede provisória (quase permanente) localizada na Cohama e o péssimo atendimento dispensado à população. É certo que existem promotores de justiça cientes de múnus público de suas atividades, mas há uma parcela considerável preocupada apenas com seus respectivos bolsos. É triste, mas é a realidade maranhense.

  4. Kelsen

    E o trenzinho da alegria continua no MP. Entra gestor, sai gestor, e a prática permanece. So trocam os nomes.
    Eta povo que nao se emenda!

    E os comissionados? Cala-te boca!

Deixe um comentário:

Formulário de Comentários