Medo da ‘doença da urina preta’ gera prejuízo para pescadores em São Luís
Os consumidores em São Luís estão deixando de comprar peixes depois dos registros da doença Síndrome de Haff (conhecida como doença da urina preta) em outros estados. Para se ter ideia, até quem vende peixe de água salgada está reclamando dos prejuízos.
No Maranhão, as autoridades sanitárias informaram que não há nenhum caso suspeito. A maior parte dos casos está concentrada na região Norte do país, mas ainda assim toda a cadeia produtiva vem sofrendo prejuízos por conta de informações falsas que estão circulando.
“Até o presente momento, não foram registrados casos da doença no estado do Maranhão. Existem muitas informações sem comprovação científica sendo disseminadas por meio digital, que relaciona a doença ao consumo de pescado, e que também podem prejudicar o setor. Os casos registrados em estados vizinhos acenderam o debate sobre quais espécies poderiam transmitir a doença. Portanto, não há nenhuma publicação científica ou relato da comunidade médica que associe a Síndrome de Haff ao consumo de peixes em criatórios. O pescado proveniente de empreendimentos que promovam boas práticas de manejo e manipulação de pescado, tanto na produção, quanto na sua comercialização, diminuem as chances deles se tornarem veículos contaminantes que causem prejuízo à saúde humana. Estamos monitorando os casos ocorridos em outros estados com o objetivo de antecipar as ações com maior eficiência em prol da segurança alimentar da população e da cadeia produtiva do pescado”, declarou Sérgio Delmiro, secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca.
O presidente da Associação de Piscicultura de Itans, no município de Matinha-MA, Eliseu Gomes, falou que os criadores da região da baixada maranhense estão sendo prejudicados.
“Todo mundo sentindo. Despencou a venda. Isso nos preocupa muito porque a nossa produção gera emprego e renda, e nessa crise mundial que estamos vivendo, vem uma má notícia dessas e nos prejudicou muito. Estamos aqui para dizer que não se preocupem e consumam peixe porque estamos livre dessa doença”, disse Eliseu.
Quem vende peixe da água salgada também está sofrendo uma baixa. Benjamim de OIiveira trabalha no portinho há mais de 20 anos e sentiu as vendas despencaram nos últimos dias. “Através desse problema que está tendo com o peixe, a venda caiu muito”, disse o pescador.
Na feira do Portinho, distribuidores fizeram uma ação no fim de semana para chamar a atenção das autoridades, a fim de diminuir o pânico na população. Houve distribuição de peixes e até churrasco de pescado.
“Aqui é a fonte de todos os ludovicenses e região metropolitana vivem e sobrevivem daqui do Portinho. Eu tenho 30 anos, criei minha família, tenho meus netos. Nossos companheiros nasceram e se criaram em cima do pescado. E hoje deixaram de ingerir por via dessa mentira,. Então pedimos ajuda das autoridades competentes, que se juntem a nós para nos ajudar”, afirmou Manoel da Paixão, presidente da Associação de Distribuidores de Pescados e Mariscos de São Luís.
(Com informações do G1MA)