Brasil recebe em agosto US$ 5,6 bi em investimento externo

Por Luís Pablo Política
 

O Brasil recebeu em agosto US$ 5,606 bilhões em investimentos estrangeiros diretos, já descontadas repatriações de capital aos países de origem. Esse fluxo é levemente menor que o verificado em julho, quando ingressaram liquidamente US$ 5,982 bilhões.

O dado foi divulgado nesta sexta-feira pelo Departamento Econômico do Banco Central. Com isso, o valor acumulado no ano atingiu US$ 44,085 bilhões, cifra bem superior ao de igual período de 2010 (US$ 17,153 bilhões).

A autoridade monetária esperava que, em agosto, o país recebesse US$ 4,2 bilhões nessa modalidade de investimento. O efetivamente ocorrido, portanto, ficou maior que a previsão oficial. Para o ano inteiro de 2011, a expectativa é de que ingressem US$ 60 bilhões.

A parcela de IED relativa à aquisição de participações diretas no capital de empresas alcançou US$ 4,339 bilhões no mês, ante US$ 5,971 bilhões em julho e US$ 2,056 bilhões em agosto de 2010. No ano, o montante chegou a US$ 34,846 bilhões, ante US$ 16,886 bilhões de igual período do ano passado.

Os ingressos líquidos de empréstimos feitos por empresas estrangeiras a filiais no país somaram, por sua vez, US$ 1,267 bilhões no mês e US$ 9,240 bilhões em oito meses. Houve elevação sobre o valor verificado nos oito primeiros meses de 2010, quando os créditos intercompanhias chegaram a US$ 267 milhões.

Como as participações diretas no capital, esse tipo de recurso não costuma fugir do país em momentos de corrida para o dólar. Por isso, também são classificados como IED, considerado a melhor fonte de financiamento externo. Em 12 meses, o fluxo líquido de IED já chega a US$ 75,370 bilhões, o equivalente a 3,22% do Produto Interno Bruto estimado pelo BC.

TRANSAÇÕES

A previsão do Banco Central para o deficit nas transações do Brasil com o exterior (transações correntes) para o ano de 2011 caiu de US$ 60 bilhões para US$ 54 bilhões. Essa queda se deve principalmente a uma revisão para o saldo da balança comercial que subiu de US$ 20 bilhões para US$ 29 bilhões. Para isso, pesou o crescimento das exportações estimado em US$ 258 bilhões ante US$ 250 bilhões em julho.

A conta de serviços e renda, que também compõe a conta de transações correntes, teve uma piora puxada pela expectativa de aumento dos gastos de brasileiros com viagens ao exterior que passou de um deficit de US$ 15 bilhões para US$ 16 bilhões.

“Viagens internacionais é um item sensível a cambio, mas o dado ocorrido até agosto é expressivo e preponderou nessa revisão”, afirmou Túlio Maciel, chefe do departamento econômico do Banco Central.

A previsão de remessas de lucros e dividendos de empresas estrangeiras instaladas no Brasil também cresceu: passou de US$ 37 bilhões nas estimativas anteriores do BC para US$ 38 bilhões. Com informações do G1.

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