O ex-presidente José Sarney (PMDB) está mais forte do que nunca. Principal conselheiro do presidente Michel Temer, Sarney conseguiu emplacar um aliado em um alto cargo.

Por indicação de José Sarney, Temer resolveu nomear o delegado Fernando Segóvia para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal. Segóvia vai substituir o atual diretor-geral Leandro Daiello.

O anúncio foi feito por meio de nota do Ministério da Justiça na tarde de hoje (8), após Segóvia e o ministro da Justiça Torquato Jardim terem sido recebidos por Michel Temer.

Formado em Direito pela Universidade de Brasília, Segóvia está há 22 anos na PF e foi superintendente regional da PF no Maranhão. Em boa parte de sua carreira exerceu funções de inteligência nas fronteiras do Brasil.

BASTIDORES

O ministro da Justiça tentou desvincular sua imagem a uma possível indicação de Segóvia, nome rejeitado por Daiello e ligado por políticos ao ex-presidente José Sarney (PMDB-AP).

Torquato chegou a fazer uma almoço em local público com o número dois da PF, Rogério Galloro, cotado para o cargo e o preferido de Daiello para substituí-lo. O objetivo do ministro era acabar com o que ele chamava de “boatos” sobre uma possível preferência dele por Segóvia.

Segóvia é visto como um nome palatável ao universo político e teria buscado apoio no governo e no Congresso. Ele tem o apoio de cinco entidades que representam integrantes da PF: a Fenadepol (Federação Nacional de Delegados de Polícia Federal), e de organizações que representam agentes, papiloscopistas e peritos criminais.

A escolha, porém, não unifica o órgão. A ADPF (Associação Nacional de Delegados da Polícia Federal) não reconhece a legitimidade da lista tríplice que levou ao nome de Segóvia.

Além de Segóvia e Galloro, Luiz Pontel de Souza também foi cotado para substituir Daiello, que reclama de cansaço.
(Com informações da Folha)