Secretário de Trizidela do Vale é investigado por “rachadinha”

Por Luís Pablo Política
 

Imagens da agência bancária registraram o secretário com a vítima

O secretário municipal de Esportes de Trizidela do Vale, José Francisco Silva, mais conhecido como Café do Esporte, está sendo investigado por prática de “rachadinha”.

O Ministério Público Estadual ofereceu a denúncia à Justiça e em face do gestor. Conforme a denúncia, a vítima é Leandro de Jesus Araújo, que era obrigado a entregar R$ 600 do salário para o secretário municipal, sob ameaça de demissão.

Leandro foi contratado no dia 1°de fevereiro deste ano para o cargo de vigilante noturno, com salário líquido de R$ 1204,35. No entanto, o funcionário alegou que desde sua admissão, secretário exigia metade de seu salário em espécie.

No dia do pagamento, o gestor municipal buscava o vigilante em casa e o acompanhava até a agência bancária de Pedreiras, e lá recebia os R$ 600. No mês de maio, a vítima se negou
a entregar o valor ao secretário, e foi demitido. Em junho, a vítima fez a denúncia.

Diante do relato da vítima, o MP solicitou ao gerente geral da agência do Banco do Brasil de Pedreiras informações sobre a data exata do depósito de salários dos servidores de Trizidela do Vale, referente aos meses de fevereiro, março, abril e maio de 2023, bem como a disponibilização das imagens dos circuitos internos de segurança, nas datas indicadas pela instituição.

A agência atendeu ao ofício e encaminhou as informações solicitadas, que não deixam dúvidas quanto à materialidade do delito. Mas imagens, é possível ver o gestor no caixa eletrônico com o vigilante.

Diante do fato, o MP requer que o secretário responda a ação penal, nos termos da legislação processual pertinente. O MP também propôs uma Ação Civil Pública de Improbidade Administrativa em face do secretário municipal e justificou que tais fatos caracterizam ato de improbidade do requerido, nas modalidades de enriquecimento ilícito e violação dos princípios da Administração Pública.

“Menciona-se, em adendo, que o ato aqui apurado não se trata de mera
ilegalidade, mas de verdadeira e grave improbidade, fruto de dolo, que podem dar azo a uma infinidade de outras situações, que atentam contra o interesse público, facilitando a ocultação de atos de corrupção, desvios e apropriações de verbas públicas”, aponta trecho do documento.

A caso está sob os cuidados do promotor de justiça Júlio Aderson Borralho Magalhães Segundo.

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