Imparcial
Há 11 dias, o jovem advogado Brunno Eduardo Matos Soares estava entre amigos, em uma casa no Olho d’Água, comemorando a vitória do vice-prefeito de São Luís, Roberto Rocha, ao cargo de senador da República.
Depois de algumas horas de comemoração, Brunno soube que um vizinho estava danificando o seu carro, saiu com o irmão Alexandre e o amigo Kelvin para ver o que acontecia, se envolveu em uma briga e foi assassinado a facadas. De lá para cá, uma sucessão de indícios tem gerado controvérsias sobre o caso.
![Advogado Brunno Matos](https://luispablo.blog.br/wp-content/uploads/2014/10/Advogado-Brunno-Matos-21.jpg)
Advogado Brunno Matos
Na manhã de ontem, o delegado do 7º Distrito Policial, Márcio Dominici, em entrevista coletiva, informou que o vigia da rua onde aconteceu o crime, o jovem João Nascimento Gomes, assumiu a autoria do assassinato do advogado, confessando o crime de forma espontânea.A mãe de João contesta a versão apresentada pelo filho. De acordo com o advogado Mário Macieira, presidente da OAB, ela procurou a comissão de direitos humanos do órgão alegando que o filho foi coagido a assumir o crime.
Quem também não acredita na versão do vigia é Rubens Matos, pai de Bruno. Para ele, de acordo com o depoimento de testemunhas que presenciaram a tragédia, foi o estudante Diego Polary que deferiu o golpe que vitimou o seu filho.
“A confusão se iniciou quando o meu filho tomou conhecimento que o seu carro estava sendo quebrado. Então ele foi ver o que estava acontecendo, quando se deparou com o [Cláudio Humberto] Marão, que estava com dois cachorros, incitando-os contra o meu filho. Aconteceram empurrões de parte a parte e foi aí que apareceu uma terceira pessoa que matou o meu filho na mesma hora. O Marão deu inicio a todo o problema, incitou os animais para que avançasse contra o meu filho que, sem perceber, foi esfaqueado por essa pessoa que nós dizemos que é o Diego Polary”, declarou.
Rubens afirma que tanto o Alexandre, irmão de Brunno, como o amigo Kelvin Chiang, que também foi esfaqueado, tem certeza que Diego é o autor do crime. “A pessoa que foi reconhecida foi o Diego, nenhum dos dois cita outra pessoa, mas nós não descartamos a participação de uma terceira pessoa. A certeza que eles têm é de quem deferiu o golpe de faca foi o Diego, que eles olharam de frente”, conta.
![Brunno com o irmão Alexandre e o pai Rubem](https://luispablo.blog.br/wp-content/uploads/2014/10/Brunno-com-o-irmão-Alexandre-e-o-pai-Rubem1-e1413582001628.jpg)
Brunno com o irmão Alexandre e o pai Rubem
De acordo com Rubens, Diego e Brunno não eram amigos e nem inimigos, eram conhecidos de redes sociais. “Eles não se conheciam pessoalmente. Eu também conheço o pai dele, o Claudinho Polary, por causa da TV, do Facebook, mas não temos nenhum contato”.Alexandre e Kelvin afirmam também que João Gomes, o vigia, não participou ativamente do crime. “As pessoas que chegaram a presenciar o crime dizem que viram o vigia, mas que ele não participou efetivamente do assassinato, nem da tentativa de homicídio. O meu filho falou que olhou o vigilante, mas que ele não participou de forma alguma”.
Rubens afirmou ainda que não tem nenhum interesse em inocentar João. Para ele, o importante é que o verdadeiro culpado pague pelo que fez.
Brunno Matos
Muito emocionado, Rubens descreve o filho como um rapaz simples, um irmão que o Alexandre tinha como um ídolo. “Ele fazia o bem e nem contava para a gente. Hoje pessoas chegam falando de como ele as ajudou, falando ‘ah, ele fez isso para mim’, coisas que nem a gente sabia. Nunca chegou bêbado em casa, nunca nos deu problema”, conta.
Sempre disposto a ajudar, Brunno gostava de tocar cavaquinho e sair com amigos. “Uma senhora veio aqui, e falou assim: eu pensei que o Bruno fosse pobre. Nós somos de classe média, e ela falava: eu não acredito, porque o Bruno se relacionava com as pessoas simples, com todo mundo lá do bairro… Esses depoimentos, a igreja onde aconteceu a missa dele, que estava cheia, todos chorando, os mais de 15 advogados que já me procuraram querendo ajudar no caso, o apoio do senador Robert Rocha, só demonstra o quanto ele era querido”.
Diego Polary
O estudante é sobrinho, afilhado e mora na mesma casa de Carlos Marão, detido inicialmente suspeito de cometer o crime.
Na tarde do dia 06 de outubro, Diego publicou uma nota no Facebook, negando qualquer participação no caso. “As investigações que ainda não foram concluídas mostrarão que não participei do ocorrido. Fico triste por meu nome estar sendo citado em um ato de violência, pois quem me conhece sabe que jamais me envolvi em qualquer fato desse tipo”, disse.