O Estado – O secretário de estado da Saúde, Ricardo Murad (PMDB), estuda abrir mão da disputa de reeleição na Assembleia Legislativa, caso a governadora Roseana Sarney (PMDB) opte por não renunciar ao comando do Executivo para disputar o Senado Federal, e permaneça à frente da administração estadual até o fim de seu mandato, que vai até 31 de dezembro.
Secretário Ricardo Murad
Isso ocorreria na possibilidade de não haver consenso entre os membros da base governista na Assembleia Legislativa, em relação ao candidato que deve disputar a eleição indireta na Casa. Roseana já assegurou às demais lideranças de seu grupo que somente renunciará se todos os deputados governistas apoiarem o nome que for escolhido pelo grupo para a indireta.A análise de Ricardo Murad é confirmada por fontes do Governo. O secretário, no entanto, jamais tratou do tema oficialmente com a imprensa. Ontem O Estado tentou contato com o peemedebista, mas não conseguiu.
A decisão do secretário teria por objetivo assegurar, ao lado da governadora Roseana Sarney e de toda a equipe de primeiro escalão do Executivo, a conclusão dos programas de Governo. Até o fim do ano, Murad tem como meta entregar todos os 72 hospitais do Saúde é Vida. Até o momento, 10 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e 37 hospitais foram entregues nas mais diversas regiões do estado.
Para o peemedebista, os projetos de seu grupo político estão acima de seus objetivos pessoais, por isso a análise de cenário e o estudo acerca da possibilidade de permanecer no Governo até o fim da gestão de Roseana.
Na semana passada, a governadora entregou mais quatro hospitais do Saúde é Vida. Os municípios contemplados foram Zé Doca, Araguanã, Palmeirândia e Apicum-Açu. Programa Saúde é Vida, carro-chefe do Governo do Estado, é coordenado e executado por Ricardo Murad.
Indireta – A eventual eleição indireta na Assembleia Legislativa somente deverá ocorrer caso Roseana renuncie o comando do Executivo para a disputa do Senado Federal. Isso porque a Constituição Federal e Estadual determinam que, em caso de vacância dos cargos de governador e vice-governador nos dois últimos anos de mandato, fica sob a responsabilidade do Poder Legislativo realizar o pleito para os postos. Na atual administração estadual, já não há mais a figura do vice-governador, uma vez que Washington Oliveira foi eleito conselheiro de contas do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Maranhão.
Portanto, ocorrendo a renúncia de Roseana, o Estado passa automaticamente a ser comandado pelo presidente da Assembleia, deputado Arnaldo Melo (PMDB), que deve realizar a eleição indireta num prazo de 30 dias. Ele é um dos cotados para o posto e pode lançar candidatura para o pleito.O secretário de estado da Infraestrutura, Luis Fernando Silva (PMDB), é outro nome forte dentro do grupo para a eleição.
Eleito, o governador indireto fica no Executivo até dezembro, podendo ainda disputar a reeleição para o posto no mês de outubro, na eleição coordenada pela Justiça Eleitoral.