O Estado – Em audiências realizadas ontem na Central de Inquéritos de São Luis, 34 das 36 pessoas detidas em uma festa organizada por uma facção criminosa no Parque Timbira, no dia 16 deste mês, foram liberadas. Na data, a polícia recolheu 76 envolvidos, entre eles uma criança de 11 anos, e após a triagem 36 foram encaminhados para o Centro de Custódia, em Pedrinhas.
Grupo suspeito de integrar facção criminosa quando chegava ao fórum para audiência; todos foram liberados
A Justiça deveria ouvir, durante as audiências, 35 pessoas, já que um dos envolvidos havia conseguido um habeas corpus e já estava em liberdade. Ontem, 34 foram levados ao fórum, pois um deles não foi encontrado no presídio.O objetivo das audiências, presididas pelos juízes Osmar Gomes dos Santos, José Cândido Martins e Antônio Luiz da Silva, que coordena a central, com participação de promotores e defensores públicos, era avaliar a situação de cada um dos detidos. No fim do dia, os magistrados não conseguiram encontrar indícios que comprovassem a participação em facções criminosas.
De acordo com Antônio Luiz, “essas audiências têm o objetivo de averiguar a situação de cada uma das pessoas que foram detidas naquela festa. Existe a possibilidade, claro, de muitas delas não terem ligação com o crime, assim como podem ter. Durante essas audiências poderemos, ainda, averiguar a legitimidade das prisões, se houve algum abuso para, a partir daí, ser tomada a decisão de manter ou não a prisão preventiva do acusado”. As audiências foram marcadas a pedido do promotor Ruy Carvalho.
“Ao final de todas as audiências, foi feita uma ata única, na qual foi exposta a decisão final de cada uma, com a anuência dos advogados e das pessoas ouvidas”, destacou Osmar Gomes. Ao ser questionado sobre a prisão do filho, Raimundo Oliveira disse que pode ter sido arbitrária, mas que confiava na audiência. “Tenho certeza de que meu filho vai ser liberado após essa audiência. Ele não tem nada a ver com o crime. Estava lá porque foi convidado por um amigo, mas sei que vai ser esclarecido agora”.
As audiências foram realizadas simultaneamente nas salas da central e atraíram muitas pessoas ao Fórum de São Luís. Para poder deslocar os presos para o local, a Secretaria de Segurança utilizou ônibus e um forte aparato policial, tanto do lado de fora quanto no tribunal. Dos 36 detidos, um já foi liberado por causa de um habeas corpus de advogado e um não foi encontrado no presídio.
Sobre as prisões – Os detidos estavam em uma festa no bairro Parque Timbira, em São Luís, quando, numa operação conjunta entre o Grupo Tático Militar, o 1º Grupamento de Polícia Militar e a Unidade de Segurança Comunitária, foram surpreendidos. A suspeita é de que se tratava de uma festa organizada por uma facção criminosa de São Luís. Entre os detidos pela polícia, diversos menores de idade.
Na oportunidade, com os detidos, foram apreendidos materiais que suscitaram a possibilidade de se tratar de uma festa organizada por facção criminosa, como pistolas, facões, cartucheiras, substâncias tóxicas liquidas, facas, trouxinhas supostamente de maconha e crack, entre outros.