Bancários maranhenses podem decidir pelo fim da greve

Por Luís Pablo Maranhão
 

Bancários maranhenses realizam Assembleia Geral nesta segunda-feira (14), a partir das 18h, na sede do Sindicato, na Rua do Sol, centro da capital maranhense.

Assembleia dos bancários ocorre nesta segunda

Assembleia dos bancários ocorre nesta segunda

A categoria vai avaliar o quadro de greve em âmbito nacional e para deliberar sobre a continuidade ou não do movimento.

Em assembleia realizada na última sexta-feira (11), 23º dia da paralisação nacional, os bancários do Maranhão decidiram permanecer em greve na segunda-feira (14/10).

A mesma decisão foi tomada em outros estados do país, como por exemplo, no Amazonas (BASA), Amapá (CEF), Rio Grande do Norte (bancos públicos), Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sergipe (BNB). A categoria rejeitou, por unanimidade, as propostas apresentadas pela Fenaban e pelos bancos públicos (Caixa, Banco do Brasil, BNB e Banco da Amazônia).

A proposta da Fenaban

Em resumo, a Fenaban oferece reajuste de 8% para salários e benefícios e de 8,5% para o piso salarial. A regra da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) continua a mesma do ano passado, com reajuste ínfimo.

A nova proposta da Fenaban inclui ainda três novas cláusulas: proibição de os bancos enviarem SMS aos bancários cobrando resultados, abono-assiduidade de um dia por ano e adesão ao programa de vale-cultura do governo (para alguns bancários), no valor de R$ 50,00 por mês.

Na visão do SEEB-MA, tais cláusulas não representam avanços significativos para a categoria, ao contrário do que prega a Contraf-CUT.

Horas paradas

Sobre as horas paradas na greve, a Fenaban recuou e aceitou compensar, no máximo, uma hora extra diária, de segunda a sexta-feira, até 15 de dezembro. Vale ressaltar que as horas não compensadas serão abonadas.

A greve

Os bancários deflagraram a greve nacional no dia 19 de setembro, depois de rejeitarem a proposta anterior dos bancos, de 6,1% de reajuste sobre todas as verbas salariais. (Com informações do Imirante)

70 prefeitos respondem processos no Maranhão e podem ser cassados

Por Luís Pablo Política
 

Há um ano das eleições de 2014 que vão definir presidente, senadores, deputados federais e estaduais e governador no Brasil inteiro, Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão acelera o passo para julgar 70 processos que ainda estão pendentes em relação as eleições municipais de 2012, para que estes não se acumulem com os que podem surgir no próximo ano.

O número a ser julgada corresponde aos 113 processos que a Justiça Eleitoral de segundo grau recebeu. Segundo Secretaria Judiciária do Tribunal esse número de pendências será zerado até ano que vem.

Dos 56 Recursos Contra Expedição de Diploma (RECED), 14 foram julgados e 42 ainda aguardam julgamento, representando o maior número entre as pendências. Das 56 Ações de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), 23 já foram julgados e apenas 14 aguardam julgamento e dos 10 recursos eleitorais, 6 já foram julgados e 4 aguardam julgamentos.

Além desses, há outros que correm em segredo de justiça, o que é um direito constitucional e não foram passados pelo relatório enviado pelo TRE a nossa reportagem.

Entre as 47 AIJEs que foram encaminhadas para o TRE referentes a eleições em 21 municípios maranhenses, estão recursos que denunciam captação ilícita de sufrágio, abuso de poder político e econômico, como por exemplo, distribuição de carradas de piçarra, perfuração de poços, oferecimento de milheiros de telhas, distribuição de cestas básicas e oferta de dinheiro e cheques em troca de votos; propaganda ilícita; locação de imóveis com garantia de apoio eleitoral; utilização de veículos da administração pública em campanhas eleitorais; distribuição de combustível; contratação abusiva de funcionários para as prefeituras.

Afonso Cunha; Aldeias Altas; Araióses; Arame; Arari; Cajari; Cantanhede; Cururupu; Duque Bacelar; Esperantinópolis;Igarapé do Meio; Lago do Junco; São Roberto; São Pedro da Água Branca; Ribamar Fiquene e Urbano Santos são municípios que possuem AIJEs distribuídos no TRE.

Em 49 municípios ainda há RECED aguardando julgamento da Justiça Eleitoral de Segundo Grau, entre eles São Luís; Raposa; Bacabeira; Pinheiro; Viana e Caxias. E em 4 municípios ainda há recursos eleitorais a serem julgados (Passagem Franca; Barreirinhas, Cachoeira Grande e Lagoa Grande do Maranhão).

“Ainda são dados gerais e parciais, já que o Tribunal continua recebendo recursos do interior do estado.”, explica o secretário da secretaria Judiciária do TRE-MA, Gilson Rodrigues Borges. A data de atuação nos processos está entre primeiro de julho e quatro de setembro deste ano.

Sobre o risco da pauta das eleições de 2012 permanecerem até o pleito do ano que vem, Gilson afirma que as pendências serão julgadas antes das disputas de 2014, sob pena de perderem o objeto. “Com sessões duas vezes por semana temos potencial para julgar esses processos. Teremos pautas grades, mas dependemos dos juízes de primeiro grau.”, afirma.

De acordo com a sua “leitura” dos dados o número de processos no Tribunal já foi maior e este número é por conta da forma do modelo atual de financiamento eleitoral com verbas privadas, o que proporciona um desvirtuamento no processo eleitoral.

Ainda assim para ele, em 2014 deve haver um número menor de processos já que as eleições municipais geralmente contam com mais candidatos enquanto que no pleito geral, os recursos e ações são mais centralizados na Justiça de segundo grau.

Entre as várias razões para o número de ações de 2010 e 2012 ainda aguardarem julgamento há um ano das eleições de 2014, pode residir em vários fatores. No Maranhão são 11 zonas eleitorais espalhadas pelo interior do estado e capital.

Como não há magistratura eleitoral própria, o juiz de direito, muitas vezes assoberbados pelos processos na justiça comum, acumulam ainda a função de juiz eleitoral. Além disso, as partes implicadas numa ação fazem uma série de manobras para atrasar o julgamento do processo e o número de funcionários da Procuradoria que não é muito grande.

Palavra do Especialista
Carlos Lula
Advogado, professor de Direito Eleitoral e consultor legislativo do parlamento estadual

A Constituição tanto se preocupa com a duração do processo que o tempo razoável do processo foi inserido como verdadeiro direito fundamental. O legislador, por sua vez, diante de tal previsão, fez inserir o art. 97-A na Lei das Eleições para considerar que a duração razoável do processo que possa resultar em perda de mandato eletivo é o período máximo de 1 (um) ano, contado da sua apresentação à Justiça Eleitoral.

Como se vê, apesar de todo o esforço, o Judiciário tem imensas dificuldades para cumprir tal prazo, dada a complexidade do nosso sistema processual eleitoral somada à transitoriedade dos mandatos dos juízes, que não se dedicam apenas a essas causas. Isso também não deixa de ser um fenômeno novo para a Justiça Eleitoral.

No Brasil não se falava em cassação de mandato eletivo. Foi a partir do ano 2000, com a chegada da primeira lei eficaz para combater a compra de votos que tivemos a abertura de processos visando afastar gestores que se elegeram contra a lei.

O TSE tem, portanto, se esforçado e estabelecido diretrizes para a celeridade processual. O mais prejudicado com toda essa demora é a população, que fica em permanente dúvida quanto a quem será o seu verdadeiro representante.

Entenda com funciona a tramitação na Justiça Eleitoral

1 – Imagine uma situação hipotética onde um candidato (a) entra com uma ação na Justiça Eleitoral alegando fraude, compra de votos ou uso da máquina administrativa por parte do vencedor do pleito municipal.

2 – O juiz de Direito que acumula a função de juiz eleitoral nos municípios faz o julgamento da ação e quando o resultado não agrada uma das partes,

3 – este por sua vez pode recorrer da sentença na Justiça Eleitoral de Segundo Grau.

4 – Neste caso, o recurso será julgado monocraticamente por um relator, ou como ocorre na maioria das vezes por um colegiado formado por sete juízes, incluindo o presidente do Tribunal.

Quadro Parcial dos Processos Eleições de 2012 no TRE

prefeitos

Homens da Força Nacional de Segurança começam a chegar em São Luís

 

Blog do Jhon Cutrim

Desembarcaram na tarde deste sábado (2), em São Luís, os primeiros homens da Força Nacional de Segurança, enviados a pedido do governo do Maranhão, para garantir o controle do sistema prisional no Estado. Outros soldados são esperados e a missão da tropa é retomar o controle dos presídios e cadeias públicas.

A governadora do Maranhão, Roseana Sarney, decretou na noite de quinta-feira estado de emergência no sistema prisional maranhense.

O Estado pediu ao Ministério da Justiça que autorizasse o envio de agentes da Força Nacional para auxiliar as polícias locais na operação nas unidades prisionais de São Luís por tempo indeterminado.

A missão é combater as facções criminosas que atuam no Maranhão e controlar a crise que se instalou desde quarta-feira, 09, quando duas facções criminosas – o Bonde dos 40 e o Primeiro Comando do Maranhão (PCM) entraram em confronto dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, deixando um saldo de nove detentos mortos e 20 feridos.

Após rebelião no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, atos de vandalismo, assaltos foram praticados por São Luís. Escolas públicas e particulares fecharam as portas, e os ônibus pararam de circular a partir das 19h, temendo a repetição dos atos da noite de quarta-feira, quando oito ônibus foram destruídos.

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Criadores de página no Facebook do Bonde dos 40 serão identificados

Por Luís Pablo Política
 

Morte e destruição. Este tem sido o legado deixado pela facção criminosa intitulada “Bonde dos 40” que tem aterrorizado a vida da população de São Luís nos últimos meses. Agora a disputa pelo controle do tráfico de drogas na cidade chegou ao “mundo online” com o surgimento de uma página do bando no Facebook. O perfil foi criado no dia 25 de setembro e até ontem havia sido curtido por mais de dois mil usuários. Nele várias postagens de fotos de armas com legendas de ameaças ao grupo rival.

De acordo com a Superintendente de Polícia Civil da Capital, Katherine Chaves, a Secretaria de Segurança Pública está consciente da existência do perfil nas redes sociais e agirá com todo o rigor necessário para identificar e punir os idealizadores da página. Um processo será instaurado e encaminhado para a Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), onde existe um departamento especializado em crimes virtuais e tecnológicos.

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Existe a possibilidade do perfil ser um fake (falso), mas independente disso Katherine garantiu punição aos responsáveis. “É uma atitude criminosa que o objetivo único de promover bandidos. Não vamos dar muito ibope para isso, mas vamos investigar e chegar a autoria dos autores. Sendo falso ou verdadeiro vamos chegar a autoria e vamos puni-los, pois vamos fazer isso através do IP” destacou a superintendente.

A última postagem da página, que leva o nome da facção criminosa, foi realizada no dia 5 de outubro. Na ocasião os administradores do perfil postaram uma foto com o “suposto” símbolo da facção e colocaram como legenda a seguinte afirmação: “e noix vamos tomar ó bagulho manda buscar”. A postagem teve 37 curtidas e diversos comentários de usuários sobre o ataque à outra facção do qual eles são rivais.

Para o advogado Caldas Goes Júnior, especialista em direito virtual, só fato dela (página no Facebook) existir configura apologia ao crime, independente de sua veracidade. “Apologia não é especifico da internet, mas todos os envolvidos na criação desta página podem ser responsabilizados por este crime”, garantiu.

Para Rodrigo Almeida, advogado criminalista e professor de direito das universidade Uniceuma e Faculdade Pitágoras, se constatada autoria de quem criou a página exaltando o crime e incitando a violência cometem, além de apologia, o crime contra a paz pública.

“O crime de apologia é punível de três a seis meses, mas pode ter o agravante se além da apologia está sendo feita a incitação ao crime. Neste caso o individuo pode ser responsabilizado por qualquer atitude correspondente ao chamado feito pelo idealizador” analisou.

Funk exalta Bonde dos 40

O “Bonde dos 40″, facção criminosa que barbarizou em Pedrinhas esta semana num confronto com os adversários do PCM, relata em um novo funk que começou a ser repassado em grupos de Whatsapp esta semana, os principais barros onde comanda o tráfico de drogas em São Luís.

A música, cantada novamente pelo MC Segal, cita Maiobão, São Francisco, Aldeia, Anjo da Guarda, Liberdade e Divineia como áreas dominadas pela organização criminosa. No caso do Bairro de Fátima, o funkeiro se refere aos representantes da facção como “os menor do BF”, provavelmente pelo fato de os criminosos terem menos de 18 anos. (Com informações do Imparcial)

Ônibus vão circular 50% da frota hoje e amanhã nomarliza

Por Luís Pablo Cidade
 
Ônibus voltam a circular normalmente em São Luís

Ônibus voltam a circular normalmente em São Luís

Foi decido, ainda pouco, pelo Sindicato dos Rodoviários, que hoje (11) vai circular 50% da frota e amanhã os ônibus voltam a rodar normalmente.

A decisão do Sindicato foi após uma reunião com a cúpula de Segurança do Estado, que garantiu todo o efetivo da PM nas ruas e bairros de São Luís.

Hoje pela manhã, o presidente do Sindicato, Dorival Silva, havia confirmado que a paralisação ia seguir por tempo indeterminado, devido a falta de segurança após a rebelião de quarta-feira, dia 9, em Pedrinhas.

A Secretaria de Segurança informou que uma mega operação foi montada pra este fim de semana nos principais pontos da capital maranhense. O objetivo é tranquiliza a população, que anda assustada com os últimos acontecimento.

Integrantes do Bonde dos 40 acabam de assaltar a Tama Veículos do Calhau

Por Luís Pablo Polícia
 
Concessionária de Veículos Tama

Concessionária de Veículos Tama

O Blog do Luis Pablo acaba de ser informado que foi assaltada a Concessionária de Veículos Tama, localizada na Avenida dos Holandeses, no Calhau.

Segundo informações, dois homens bem vestidos e com uma maleta na mão chegaram perguntando onde ficava o financeiro da loja. Ao serem informados, eles foram até o local e anunciaram o assalto dizendo ser integrantes do Bonde dos 40.

Os bandidos fugiram numa moto, ainda não identifica, levando dinheiro e objetos das pessoas que estavam na concessionária.

O assalto ocorreu por voltas das 10 horas. Um helicóptero está sobrevoando a área na busca pelo assaltantes.

Helicóptero sobrevoando o local

Helicóptero sobrevoando o local

Fedeu! São Luís vai ficar sem ônibus todas as noites a partir de 19h

Por Luís Pablo Maranhão
 
Greve dos Rodoviários em São Luís

Greve dos Rodoviários em São Luís

O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Dorival Silva, confirmou, na manhã de hoje, dia 11, que a paralisação segue por tempo indeterminado.

Segundo Dorival Silva, os ônibus vão parar todas as noites a partir das 19h, até que a segurança se restabeleça nas ruas e bairros de São Luís-MA.

Os rodoviários, que ficaram assustados com as ações criminosas ocorridas na noite de quarta-feira (9), aguardam uma reposta da Secretaria de Segurança Pública para que medidas de segurança possam garantir a proteção da categoria.

A decisão do Sindicato dos Rodoviários foi em razão da onda de assaltos a coletivos nos últimos tempos, culminando com o incêndio a 8 ônibus, em decorrência da Rebelião no Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

Roseana Sarney decreta estado de emergência para sistema prisional do MA

Por Luís Pablo Maranhão
 

A governadora Roseana Sarney decretou hoje, dia 11, estado de emergência no sistema prisional do Maranhão. A informação é da assessoria do Governo do Estado.

A medida objetiva a construção de presídio de segurança máxima em São Luís e unidades prisionais no interior do Estado.

Governadora Roseana Sarney

Governadora Roseana Sarney

“O estado de emergência é específico para o setor prisional. Objetiva dar, ao Estado, agilidade para, em 180 dias, resolver por completo todas as pendências do setor: construir presídios na quantidade necessária para separar gangas e desafogar as cadeias; equipamentos, etc.”, diz a assessoria do governo.

Em entrevista ao jornal da TV Mirante, o secretário de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap), Sebastião Uchôa, disse que “a governadora assinou ontem esse decreto para facilitar os procedimentos licitatórios, agilizar em matéria de burocracia e, com isso, vai facilitar substancialmente não só a construção, mas a ampliação de presídios. Na capital será um e nove no interior. Fora isso, serão reformadas outras unidades do interior da policia judiciaria que passarão para a Polícia Civil e vai nos dar um suporte de 1.800 vagas, eliminando déficit carcerário em definitivo no Maranhão”.

Sebastião Uchôa disse ainda, que Roseana Sarney teria feito contato com o Ministério da Justiça para pedir apoio da Força Nacional para o sistema prisional de São Luís.

“A governadora já fez o contato com o Ministério da Justiça e o ministério já fez o contato conosco. Acredito que, brevemente, por esses dias, estão chegando homens da Força Nacional para ocupar as permanências dos nossos presídios. Inclusive, contratamos 170 homens da vigilância privada para apoiar na permanência dos presídios, para dar segurança à sociedade, aos presos e evitar que essas gangues se encontrem no ambiente penitenciário”, esclareceu o secretário. (Com informações do G1MA)

Facções criminosas controlam sistema prisional maranhense, aponta CNJ

Por Luís Pablo Maranhão
 

Agência Brasil

Rebelião 5

Brasília – A morte de nove presos durante uma rebelião no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, é mais uma evidência do absoluto descontrole do sistema carcerário maranhense. A opinião é do juiz auxiliar da presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Douglas de Melo Martins. Coordenador do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do CNJ, o juiz lembrou que, na semana passada, três detentos do mesmo complexo haviam sido mortos durante um conflito.

Para Martins, o episódio de ontem (9) era uma tragédia anunciada.“O sistema prisional maranhense, como o do restante do país, está controlado por facções do crime organizado que, quando decidem enfrentar as instituições e o Poder do Estado, quem paga o preço são pessoas que nada tem que ver com isso. Pessoas que, muitas vezes, cometeram crimes menores e que acabam se tornando vítimas do sistema prisional”, disse o juiz em entrevista à Agência Brasil e ao radiojornalismo da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Lembrando inspeções do mutirão carcerário do CNJ em unidades prisionais maranhenses, inclusive em Pedrinhas, e o acompanhamento permanente do órgão, Martins foi categórico: o sistema prisional não está apto a enfrentar e coibir tentativas de fugas e rebeliões. Situação que levou o conselho a recomendar a construção de unidades prisionais no interior do estado e a contratação de agentes penitenciários.

“Há muito o que ser feito no sistema prisional maranhense. Os presídios são muito precários. O juiz, que responde pelas varas de execuções penais de São Luís declarou, recentemente, que o Complexo de Pedrinhas está em uma situação tão ruim que não há como reformá-lo. A única solução é demoli-lo e construir outro”, disse o juiz.

Segundo nota divulgada ontem (10), pela Secretaria de Estado de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap), informações preliminares indicam que a rebelião é consequência de guerra entre facções criminosas, e da prisão, esta semana, de 16 integrantes de uma delas.

Superlotação

Martins destacou que a superlotação é uma realidade dos presídios maranhenses. “Todos os presídios estão superlotados, o que torna difícil separar os grupos criminosos rivais. Pedrinhas tem a agravante de estar completamente destruído”, acrescentou o juiz, destacando a necessidade de uma ação conjunta das diversas instituições das três esferas de Poder (Executivo, Legislativo e Judiciário). O próprio CNJ está em contato com o Conselho Nacional do Ministério Público maranhense para tentar encontrar, em parceria com outros órgãos e com os governos, uma solução para o problema.

“É preciso que o governo federal repasse recursos, mas é necessária uma ação concreta do governo estadual para resolver o problema. Não dá para ficarmos só aguardando”, disse o juiz, lamentando a manifestação de muitas pessoas, principalmente nas redes sociais, comemorando ou justificando as mortes.

“As pessoas não pensam que ir para o sistema prisional pode acontecer com qualquer pessoa. Não necessariamente as pessoas mortas nessas circunstâncias são líderes de organizações criminosas ou pessoas perigosas. Uma das pessoas mortas é um borracheiro que comprou uns pneus velhos que tinham sido furtados. Outra vítima do sistema prisional maranhense, decapitado, tinha sido preso após dar um tapa no rosto da irmã, durante uma briga”.

A Agência Brasil entrou em contato com a Sejap, inclusive para obter números relativos à população carcerária do estado. Até o momento, contudo, não recebeu as respostas.