Deputado Sérgio Frota (PSDB)
O deputado Sérgio Frota (PSDB) ocupou a tribuna, na manhã desta terça-feira (9), para fazer uma breve análise do momento de dificuldades que vem marcando o futebol brasileiro neste primeiro semestre de 2015. Ele iniciou o discurso lembrando que, recentemente, surgiu a surpreendente notícia na imprensa nacional da prisão de um ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Na visão de Sérgio Frota, este episódio está fomentando uma oportunidade de séria discussão sobre a gestão no futebol brasileiro. “Já está mais do que na hora de o nosso futebol profissional declarar sua independência, exercer sua maioridade e entrar na modernidade do futebol mundial. Pelo bem dos clubes, pelo bem dos torcedores e pelo bem do futebol brasileiro”, discursou Sérgio Frota.
Ele defendeu, em seu pronunciamento, a criação da Liga Brasileira de Futebol, observando que todos os países de destaque no futebol mundial têm ligas que cuidam do futebol profissional, à exceção do Brasil. O deputado acrescentou que em todos esses países o futebol profissional é organizado e controlado por ligas, e não por federações, e infelizmente o Brasil é uma exceção a essa regra.
“Aqui a Federação chamada de Confederação controla e organiza tudo a seu gosto e modo. Aqui os clubes vão a reboque da Federação, como também vão a reboque das Federações Estaduais. Os clubes brasileiros são tutelados, arrebanhados, controlados por entidades, cujos dirigentes, pasmem, em suas esmagadora maioria mal e mal sabem o que é uma bola de futebol, ou, sendo bonzinho, até sabem, mas com ela nunca tiveram intimidade maior do que a de um chute simbólico com o bico fino do sapato de croma alemão”, declarou Sérgio Frota.
O parlamentar disse ainda que são famosas as histórias de ligas com direito a voto em federações, ligas que nunca existiram, exceto no papel, e quando existiram representavam interesse zero. “Melhor dizendo, o conjunto de interesses atendidos por ela só não era vazio, unitário, porque atendiam e devem continuar atendendo os interesses de seus responsáveis e aos interesses dos dirigentes das federações”.
Sérgio Frota assinalou que os grandes agentes do futebol brasileiro, hoje e sempre, são os torcedores, os clubes e os jogadores: “Nenhum deles tem poder para interferir na realidade do nosso esporte predileto, não temos nenhum Platini, nenhum Beckenbauer entre os dirigentes de nosso futebol, a rigor sequer temos entre os dirigentes das federações algum grande ex-dirigente de clube. Um novo tempo começa, embora artificial, pois, o hoje é igual ao ontem e foi igual ao que será amanhã. Essa divisão que atende ao nosso gosto por organizar a vida e a natureza pode ser um bom motivo para iniciarmos um debate em torno da criação da Liga Brasileira de Futebol, ou qualquer outro nome que venha a ter”, ressaltou o deputado.