Advogado de Rodrigo Lima dá versão sobre acidente na Litorânea
Para a população, o sentimento de união e solidariedade mostrado nas redes sociais e na caminhada realizada na última quarta-feira (9), na Litorânea. Para Rodrigo Araújo Lima, o sentimento de culpa e o abandono completo da rotina de vida antes do acidente.
Uma semana após o ocorrido, O Imparcial ouviu o advogado de Rodrigo Lima, Frederico Carneiro Barbosa, para esclarecer os questionamentos a respeito do caso.
Quem é Rodrigo Araújo Lima
“O Rodrigo é uma pessoa normal, que nunca tinha passado por uma situação dessas. Ele estudou em boas escolas, teve uma educação, passou no vestibular e sempre trabalhou. Esse acidente foi algo inédito, pois nem o Rodrigo e nem a família dele têm passagem em delegacias por conta de confusões. Infelizmente ele se envolveu nesse acidente, mas eu não acredito que ele tenha se colocado nessa situação com intenção de causar algum dano.”
O acidente
“No sábado do acidente o Rodrigo saiu do Cohaserma, pegou um amigo no Vinhais, foi para a Litorânea e passeou de carro pela orla. Não há cabimento em acreditar que ele tenha feito todo esse percurso com os faróis apagados, porque não é possível andar tanto e não perceber os faróis desligados, ainda mais na Litorânea, onde a iluminação é pouca. Depois da área do parquinho, onde o movimento é menor, o Rodrigo reduziu a velocidade pra passar pela lombada eletrônica. Ele reconheceu que depois da lombada imprimiu uma velocidade maior, entre 80 e 100km/h, quando viu alguém terminando de atravessar a rua, provavelmente o pai do Ubiraci Filho. Foi então que ele freou e jogou o carro para o outro lado, desviando da pessoa vista. Mas, os outros três ainda estavam no canteiro central e foram atingidos.”
Os momentos depois da batida
“Depois da batida o Rodrigo ficou desesperado. Quando ele viu o que tinha acontecido, não sabia o que fazer nem o que falar. Ele tentou se afastar da confusão, mas não tentou fugir. A reação das pessoas na hora, especialmente de um dos membros da família que gritava com ele, dizendo: ‘Você viu o que você fez?’, deixou o Rodrigo assustado, mas em nenhum momento ele quis fugir da culpa. Já na delegacia, uma das primeiras perguntas que fizeram ao Rodrigo foi quanto a bebida. Ele afirmou que não tinha bebido e fez o teste do bafômetro, de reflexos e também colheu sangue. Esses procedimentos não constataram que o Rodrigo estava bêbado e acredito que, por isso, a delegada arbitrou tranquilamente a fiança.”
Consequências da tragédia
“O Rodrigo, hoje, está sem rotina. Ele deixou de dirigir, não sai de casa e ainda está amargando a culpa que sente pelo ocorrido. Ele está em choque. É importante esclarecer que o Rodrigo confessou que estava em alta velocidade e eu acredito que, por isso, ele deva ser indiciado, mas, de forma culposa (quando não há intenção de matar). A família do Rodrigo ainda não encontrou um jeito de se aproximar dos parentes das vítimas, para prestar qualquer assistência necessária. Mas eu acredito que é justa a revolta da família, e foi justo o protesto realizado na quarta-feira. Por outro lado, é perceptível que a cultura do trânsito maranhense é de imprudência. Não estou dizendo que isso justifica o que o Rodrigo fez, porque não justifica. Mas acidentes desse tipo acontecem muito aqui. Além disso, o Rodrigo não estava bêbado, porque, se estivesse, a situação seria bem pior. A pessoas que afirmaram que o Rodrigo estava bêbado e que os faróis estavam desligados apresentaram uma versão que provavelmente era fruto daquele momento de confusão. Eu volto a afirmar que o Rodrigo em nenhum momento fugiu da responsabilidade. Ele está disposto a cooperar de todas as formas necessárias.”