“Você está protegendo promotor e juiz bandido”, diz Weverton ao ser hostilizado

Por Luís Pablo Política
 

Homem larga tomate na camisa de Weverton

Homem larga tomate na camisa de Weverton

Os dois vídeos divulgados pelo Blog do Luis Pablo dos dois momentos que o deputado federal Weverton Rocha (PDT-MA) foi hostilizado nos aeroportos de Brasília e de São Luís, estão tendo grande repercussão.

O parlamentar chegou até ser sujo com um tomate que o cidadão estava segurando na mão. O homem esfregou a verdura na camisa de Weverton.

Mas, o que mais chamou atenção dos leitores foi a forma que Weverton falou de promotores e juízes, ao responder a um homem que lhe abordou e criticou sua emenda que estabelece a possibilidade de punição de magistrados, procuradores e promotores por crime de abuso de autoridade.

Com raiva, o pedetista não se segurou e disparou: “se você está protegendo promotor e juiz bandido no Brasil, a culpa é sua”. Para muitos, o deputado demonstrou ódio ao se expressar dessa forma.

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Bomba! Crime de responsabilidade pode deixar Clayton Noleto ficha-suja

Por Luís Pablo Política
 
Secretário Clayton Noleto pode ficar inelegível

Secretário Clayton Noleto pode ficar inelegível

O secretário de Estado de Infraestrutura, Clayton Noleto, pode ficar inelegível para disputar as próximas eleições por conta do crime de responsabilidade que cometeu, ao não responder o requerimento do deputado Edilázio Júnior (PV) sobre informações de uma programa da sua pasta.

Edilázio solicitou a relação dos municípios maranhenses que foram beneficiados com o “Programa Mais Asfalto”, bem como o cronograma de obras.

Noleto não respondeu as informações e ainda deixou passar o prazo máximo de 30 dias. Por conta disso, o parlamentar protocolou requerimento junto à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, com pedido de abertura de procedimento contra o secretário. Entenda aqui.

Se for levado ao ‘pé da letra’, Clayton Noleto irá se tornar ficha-suja e deverá ser exonerado do cargo, caso seja condenado por crime de responsabilidade.

É bomba!

Weverton Rocha é hostilizado em aeroportos e chamado de “corrupto”

Por Luís Pablo Política
 
Weverton Rocha sendo hostilizado

Weverton Rocha sendo hostilizado

A vinda do deputado federal Weverton Rocha (PDT) para seu estado, no Maranhão, não foi das melhores hoje, dia 30. Weverton foi hostilizado tanto no embarque quanto no desembarque.

Primeiro foi no Aeroporto Internacional de Brasília – Distrito Federal, quando ele foi abordado por um homem que se identificou como Ricardo Roque, que tentou barrar sua ida para capital maranhense. O pedetista quase sai aos tapas com o cidadão.

Na sua chegada em São Luís foi ainda pior. Ao desembarcar no Aeroporto Marechal Hugo da Cunha Machado, Weverton foi chamado de “corrupto”. Cercado de assessores, ele foi embora sem nem olhar para trás.

Toda confusão em torno do deputado federal foi por causa da sua emenda que estabelece a possibilidade de punição de magistrados, procuradores e promotores por crime de abuso de autoridade. Muitos consideram que o texto de Weverton é para tentar intimidar os responsáveis pela Lava Jato.

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Aeroporto de Brasília

Aeroporto de São Luís

Prefeito de São João do Caru pode ser afastado por improbidade administrativa

Por Luís Pablo Política
 

Prefeito Jadson Lobo Rodrigues

Prefeito Jadson Lobo Rodrigues

O Ministério Público do Maranhão ingressou, na última segunda-feira, 28, com uma Ação Civil Pública contra o Município de São João do Caru e o prefeito Jadson Lobo Rodrigues por improbidade administrativa. Na ação da Promotoria de Justiça da Comarca de Bom Jardim (da qual São João do Caru é termo judiciário), foi pedido o afastamento do prefeito do cargo, além da indisponibilidade de seus bens.

A ação baseia-se em uma série de irregularidades na contratação e concessão de gratificações a servidores públicos municipais. Além da não realização de concurso para ingresso de novos servidores, gratificações eram pagas, sem qualquer critério, a servidores escolhidos pelo prefeito Jadson Rodrigues.

O Estatuto dos Servidores Municipais de São João do Caru prevê apenas dois casos em que podem ser pagas gratificações: a primeira é pelo exercício de funções de direção, chefia e assessoramento. A segunda é a chamada gratificação natalina.

Além disso, as gratificações, muitas vezes, superavam os próprios salários dos servidores. É o caso de uma enfermeira com salário base de R$ 2.100 e que recebe uma gratificação inominada de R$ 3.550. Em outro caso, uma auxiliar de serviços gerais recebe salário de R$ 880 e gratificação de R$ 1.212. Os valores pagos pelo Município de São João do Caru estão, inclusive, muito acima das médias regional e nacional, tanto em empresas privadas quanto em órgãos públicos.

“Quando o prefeito quer, ele paga gratificações abusivas ao servidor, principalmente aos seus contratados, quando ele não quer, paga somente as gratificações instituídas por lei, as quais raramente chegam a 25% do vencimento-base. Mais um exemplo de que, quando a lei é seguida, as gratificações são bem abaixo das pagas graciosamente pelo prefeito”, observa, na ação, o promotor de justiça Fábio Santos de Oliveira.

DIFERENÇAS DE VENCIMENTO

A irregularidade na concessão de gratificações leva a diferenças significativas entre os vencimentos de servidores com funções semelhantes. A servidora contratada como auxiliar de serviços gerais, já citada, recebe mensalmente uma gratificação de R$ 1.212. Ao mesmo tempo, uma zeladora concursada recebe apenas R$ 288,16 relativos à soma de abono família, anuênios e adicional de qualificação.

Também foram levadas à promotoria denúncias sobre a existência de funcionários fantasmas na folha de pagamento de São João do Caru, o que foi confirmado pelo Ministério Público. Há casos de pagamento de salário de R$ 2 mil a pessoas que não trabalham e sequer moram no município.

“Preferiu-se (mesmo sabendo da necessidade de realizar concurso público e dos limites previstos no estatuto dos servidores municipais para concessão de gratificações) gastar os parcos recursos do município com pagamento de servidores indevidamente contratados e de gratificações ilegais, o que culminou em dar uma destinação ilegal aos recursos públicos do município”, conclui o promotor de justiça.

Na ação, o Ministério Público pede que seja concedida liminar determinando a suspensão das gratificações de todos os servidores do Município de São João do Caru até que a Prefeitura consiga provar a legalidade de cada uma delas.

Quanto ao prefeito Jadson Lobo Rodrigues, além do afastamento imediato do cargo e da indisponibilidade dos bens em valor suficiente para cobrir os gastos municipais com o pagamento irregular de gratificações, foi pedida, ao final do processo, a condenação por improbidade administrativa.

Também ao fim do processo, o Ministério Público pede que o Município seja condenado a rescindir todos os contratos irregulares de prestação de serviço, sob pena de pagamento de multa, e seja proibido de pagar gratificações fora das hipóteses legais, sob pena de multa a ser aplicada tanto ao Município quanto ao ocupante do cargo de prefeito.

Edilázio pede abertura de procedimento contra secretário Clayton Noleto

Por Luís Pablo Política
 
Deputado Edilázio Júnior e o secretário Clayton Noleto

Deputado Edilázio Júnior e o secretário Clayton Noleto

O primeiro secretário da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Maranhão, deputado Edilázio Júnior (PV), protocolou na manhã de ontem requerimento junto à Mesa Diretora da Casa, com pedido de abertura de procedimento, por crime de responsabilidade, contra o secretário de Estado da Infraestrutura, Clayton Noleto.

O pedido toma por base o artigo 33, § 2° da Constituição do Estado, que autoriza o Poder Legislativo a abrir procedimento contra secretários de estado e os ocupantes de cargos não prestarem informações solicitadas pela Casa quando solicitadas, num prazo máximo de 30 dias.

No mês de outubro o deputado Edilázio Júnior encaminhou o requerimento número 443/2016 a Clayton Noleto, após deferimento da Mesa Diretora, que solicitava ao gestor a relação dos municípios beneficiados com o “Programa Mais Asfalto”, bem como o cronograma de obras.

O secretário, contudo, jamais prestou as informações. “Clayton Noleto pode se tornar no primeiro secretário do governo Flávio Dino inelegível para as próximas eleições”.

Edilázio apontou o uso eleitoreiro do programa durante as eleições 2016 pelo Poder Executivo. “O Mais Asfalto foi um programa a bel prazer do governador. É um programa sem nenhum critério. Não existe cronograma de obra, muito menos orçamento detalhado e nem houve licitação alguma para as obras realizadas. Foi um programa utilizado tão somente para tentar mudar a intenção de votos nos municípios”, disse.

O deputado reafirmou o pedido de abertura de procedimento contra o secretário Clayton Noleto e pediu isenção da Mesa Diretora na apreciação do requerimento.

“E peço aqui aos meus colegas que honrem os seus mandatos em aprovar este requerimento e que possamos respeitar a Constituição, que nós fazemos isso no início dos nossos mandatos e juramos com a mão sobre esta Constituição e que possamos, assim, respeitar e aprovar a convocação deste secretário. E seja aprovado o requerimento para abertura do processo de crime de responsabilidade contra o mesmo”, concluiu.

Direito de Resposta:

A Secretaria de Estado da Infraestrutura (Sinfra) esclarece que o atraso na prestação de informações foi causado porque alguns departamentos desta Secretaria estão funcionando separados em um local provisório, em decorrência de reforma que vem sendo realizada no prédio que abriga a sede do órgão, no Edifício Clodomir Millet.

Assim que tomou conhecimento do ofício, o secretário Clayton Noleto determinou que este fosse respondido o quanto antes. A solicitação deverá ser atendida até esta quinta-feira, dia 1º de dezembro.

Por fim, a Secretaria reitera que está à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos, primando pela transparência na divulgação das informações de interesse público.

Secretaria de Estado da Infraestrutura

Barra do Corda: Nenzim terá que devolver mais de meio milhão

Por Luís Pablo Política
 

Ex-prefeito Nenzim

Ex-prefeito Nenzim

Sentenças assinadas pelo juiz Antonio Elias de Queiroga Filho, titular da 1ª vara da comarca de Barra do Corda, condenam o ex-prefeito de Barra do Corda, Manoel Mariano de Sousa, o Nenzim, a ressarcir ao Município os valores de R$ 175.391,81 e R$ 457.494.57. Juntas, as condenações totalizam R$ 632.886,38 a serem ressarcidos pelo ex-gestor.

Além do ressarcimento, o juiz determinou a suspensão dos direitos políticos de Manoel Mariano por cinco anos, pagamento de multa civil de 10 (dez) vezes o valor da remuneração recebida quando no cargo de prefeito, e “proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário pelo prazo de cinco anos”.

As sentenças atendem a ações civis públicas por ato de improbidade administrativa (processos 2642-55.2013.8.10.0027 e 2641-70.2013.8.10.0027) interpostas pelo Município de Barra do Corda em desfavor do ex-prefeito em função da não prestação de contas de convênios firmados com a Secretaria de Estado da Saúde, respectivamente convênio nº 466/2005, para a construção de sistema de abastecimento de água, e convênio nº 469/2005, para a construção de dez leitos no hospital infantil.

De acordo com o autor da ação, mesmo notificado o réu não regularizou as pendências, o que resultou na inclusão do Município no registro de inadimplentes da SERASA, impossibilitando o autor de realizar novos convênios.

Na primeira ação, o valor a ser ressarcido corresponde ao valor total do convênio, de R$ 175.391,81 (cento e setenta e cinco mil, trezentos e noventa e um reais e oitenta e um centavos). Já na segunda, o valor a ser ressarcido – R$ 457.494.57 (quatrocentos e cinquenta e sete mil, quatrocentos e noventa e quatro reais e cinquenta e sete centavos) – corresponde às duas primeiras parcelas do convênio, cujo valor total é de R$ 746.659,03 (setecentos e quarenta e seis, seiscentos e cinquenta e nove reais e três centavos).

Segundo o juiz em suas fundamentações, “a conduta do réu atentou contra as normas jurídicas pertinentes à prestação de contas, não ficando, contudo, evidenciado nos autos se houve enriquecimento ilícito dele ou de terceiros”.

“Dizer que não houve ato doloso de improbidade administrativa, na espécie, é o mesmo que conceder um salvo conduto a qualquer gestor público para não prestar contas, pois, antes de tudo, é um dever de sua parte não só gerir e bem administrar a coisa pública, mas também provar que o fez de forma transparente, honesta e com a máxima eficiência na aplicação dos recursos, realizando as obras com o mínimo de gasto possível”, continua.

E conclui: “o dano à coisa pública é patente, pois, não tendo sido aprovadas as contas, justamente por falta de documentos e recibos dos serviços executados, não se sabe quanto realmente foi gasto, nem se houve sobra dos recursos oriundos do convênio”.

Partido de Flávio Dino foi favorável a punição de juízes e promotores

Por Luís Pablo Política
 

Weverton Rocha ( autor da emenda) e Flávio Dino

Weverton Rocha ( autor da emenda) e Flávio Dino

A bancada do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) na Câmara dos Deputados foi toda favorável a aprovação da emenda que propõe punições mais rigorosas a juízes e membros do Ministério Público em caso de crimes de responsabilidade.

A legenda do governador do Maranhão, Flávio Dino, apoiou em peso a inclusão das emendas ao pacote anticorrupção. No total, a inclusão da emenda, que foi aprovada na madrugada desta quarta-feira (30), recebeu 313 votos a favor e 132 contra.

Criada pelo deputado maranhense, Weverton Rocha, ela acrescenta novos 10 crimes de responsabilidade aos juízes e 11 aos membros do Ministério Público.

Pelo texto do pedetista, magistrados e promotores poderão ser processados por abuso de autoridade e cumprir pena de seis meses a dois anos de reclusão.

Flávio Dino, que era juiz federal, parece não estar muito incomodado com a situação e tampouco se mostrou solidário à sua categoria.

Reitor do IFMA incentivou e patrocinou ida de estudantes a protestos; veja vídeo

Por Luís Pablo Política
 
Reitor do IFMA, Roberto Brandão

Reitor do IFMA, Roberto Brandão

O reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA), Roberto Brandão, pode se complicar bastante após divulgação de vídeo em que ele aparece reunido com alunos incentivando e disposto a patrocinar a participação deles nos protestos contra a PEC 241 ocorridos ontem em Brasília.

Na reunião, o reitor combina outra conversa para encaminhar a viagem e diz que quem quiser ir, junto com o grupo, terá toda a estrutura necessária.

“Se aparecer mais alguns colegas que queiram ir, que podem ir, que tem a condição de ir, da gente viabilizar a forma dessa pessoa de deslocar até Brasília”, garante Brandão.

O IFMA está ocupado por estudantes há mais de um mês. A atitude de patrocinar a ida dos estudantes ao protesto, caso confirmada a utilização de dinheiro público, deverá gerar sérios problemas ao gestor da instituição.

Veja no vídeo abaixo (Extraído do Blog do Linhares)

CCJ do Senado discute fim do foro privilegiado

Por Luís Pablo Política
 

G1

foro-privilegiadoA Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira (30) parecer do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) favorável à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que põe fim ao foro privilegiado nos casos de crimes comuns, como roubo e corrupção.

Atualmente, a Constituição garante a autoridades, como deputados, senadores e ministros, julgamento em tribunais superiores. Pela proposta, de autoria do senador Álvaro Dias (PV-PR), o foro privilegiado deixaria de existir, inclusive para o presidente da República, nos casos de infrações penais comuns.

Para valer, a proposta ainda precisa passar por duas votações no plenário principal do Senado e duas na Câmara. Por se tratar de uma mudança na Constituição, o texto precisa dos votos favoráveis de três quintos dos senadores (49) e de deputados (308).

Em entrevista a jornalistas, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que a proposta precisa ser debatida e colocada em votação pelo plenário principal da Casa quando estiver “madura”.

Plenário do Senado

Plenário do Senado

Ele defendeu também que, se o foro especial deve ser extinto, precisa acabar para todas autoridades e não apenas para políticos. “Temos que acabar com a prerrogativa de foro, mas para todo mundo. Você não pode penalizar a representação política apenas, isso não vai resolver o problema da impunidade”, disse.

O relator Randolfe estima em 22 mil o número de autoridades que possuem algum privilégio de foro por conta da função que ocupam no país.

A proposta não extingue, no entanto, o foro privilegiado para presidente, ministros e procurador-geral da República nos casos de crime de responsabilidade. Nessas hipóteses, as autoridades são julgadas nos tribunais especificados pela Constituição.

O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado, defendeu o fim do foro especial durante a sessão da CCJ. “O foro privilegiado virou um estímulo para pessoas acostumadas a práticas criminosas buscarem essa ‘proteção’ através da política”, declarou.

Turma do STF decide que aborto até 3º mês não é crime

Por Luís Pablo Brasil
 

Terra

Turma do STF decide que aborto até 3º mês não é crimeA Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nessa terça-feira (29) descriminalizar o aborto no primeiro trimestre da gravidez. Seguindo voto do ministro Luís Roberto Barroso, o colegiado entendeu que são inconstitucionais os artigos do Código Penal que criminalizam o aborto. O entendimento, no entanto, vale apenas para um caso concreto julgado pelo grupo nesta terça-feira.

A decisão da Turma foi tomada com base no voto do ministro Luís Roberto Barroso. Para o ministro, a criminalização do aborto nos três primeiros meses da gestação viola os direitos sexuais e reprodutivos da mulher, o direito à autonomia de fazer suas escolhas e o direito à integridade física e psíquica.

No voto, Barroso também ressaltou que a criminalização do aborto não é aplicada em países democráticos e desenvolvidos, como os Estados Unidos, Alemanha, França, Reino Unido e Holanda, entre outros.

“Em verdade, a criminalização confere uma proteção deficiente aos direitos sexuais e reprodutivos, à autonomia, à integridade psíquica e física, e à saúde da mulher, com reflexos sobre a igualdade de gênero e impacto desproporcional sobre as mulheres mais pobres. Além disso, criminalizar a mulher que deseja abortar gera custos sociais e para o sistema de saúde, que decorrem da necessidade de a mulher se submeter a procedimentos inseguros, com aumento da morbidade e da letalidade”, decidiu Barroso.

Turma do STF decide que aborto até 3º mês não é crimeApesar de admitir a descriminalização do aborto nos três primeiros meses, Barroso entendeu que a criminalização do procedimento pode ser aplicada a partir dos meses seguintes.

“A interrupção voluntária da gestação não deve ser criminalizada, pelo menos, durante o primeiro trimestre da gestação. Durante esse período, o córtex cerebral – que permite que o feto desenvolva sentimentos e racionalidade – ainda não foi formado, nem há qualquer potencialidade de vida fora do útero materno. Por tudo isso, é preciso conferir interpretação conforme a Constituição aos Artigos 124 e 126 do Código Penal, para excluir do seu âmbito de incidência a interrupção voluntária da gestação efetivada no primeiro trimestre”, disse Barroso.

Prisões

O caso julgado pelo colegiado tratava da revogação de prisão de cinco pessoas detidas em uma operação da polícia do Rio de Janeiro em uma clínica clandestina, entre elas médicos e outros funcionários. Os cinco ministros da Primeira Turma votaram pela manutenção da liberdade dos envolvidos. Rosa Weber, Edson Fachin acompanharam o voto de Barroso. No entanto, Marco Aurélio e Luiz Fux não votaram sobre a questão do aborto e deliberaram apenas sobre a legalidade da prisão.